LVII

538 76 8
                                    


- O que quer dizer, Nando? - perguntou Mariana, toda trémula com a expectativa e com a tortura imposta pelo toque dele. - Não está dizendo que quer se casar comigo, não é?

- É exatamente isso que estou dizendo, Mariana!

Ela virou a cabeça, na esperança de afastar aquela mão cuja pres­são sobre sua pele a deixava tão confusa. Mas, em vez de se afastar, ele acariciou-lhe o pescoço lenta e deliberadamente.


- Sua pele é tão macia. - murmurou, aproximando-se ainda mais. 

- Mas não posso consentir que se case comigo por pena, Nando! Já não há nenhuma razão para se casar comigo! Talvez possa haver algum falatório, mas nada que seja muito sério!

- Tenho certeza disso. Ninguém duvida de sua inocência, Mariana. Você está certa: não há nenhuma razão no mundo para eu que­rer me casar com você, exceto uma...

- Sim? - murmurou ela, com voz rouca.

Sentia a garganta apertada, e os dedos dele continuavam a acariciá-la, reduzindo-a a um delicioso estado de letargia.

- Eu a amo...

- Não é verdade! - disse com a voz aguda, crente que estava sonhando.

- O que preciso fazer para convencê-la de minha sinceridade?

- Como podes me amar, Nando? Eu sou tão...

- Perfeita. - completou ele. - Eu me apaixonei por ti desde o primeiro encontro, ninfa. Por isso fiz de tudo para trazê-la aqui. Na esperança de que  poderias me ver não só como um amigo.

Mariana colocou a mão na boca.

- E naquele dia que nos beijamos, tive a plena certeza de que queria passar contigo todos os dias da minha vida.

Aquilo não podia ser real. Mariana encontrava-se num sonho, certamente.

- A não ser que tu tanhas achado o meu beijo tão odioso quanto o de Paulo.

- Oh, de forma alguma, Nando. - disse ela rapidamente fazendo Nando sorrir.

- E a senhorita me permitiria dar-lhe outro nesse exato momento?

Ela assentiu. Corando.

Então Mariana sentiu todos os terminais nervo­sos se agitarem com o prazer despertado pelo simples toque dos lá­bios masculinos. E, quando começou a sentir uma fraqueza nas pernas, ele a puxou para si, estreitando-a nos braços, e beijou-a mais profundamente.

Quando suas bocas se separaram, Marina estava sentada no colo de Nando.

-  Oh! De alguma forma, penso que tu me amas mesmo, Nando. - observou ela, com os lábios trêmulos, o coração disparado e, olhando bem dentro dos brilhantes olhos azuis, completou: - E eu devo amar a ti, também, pois jamais poderia descrever o teu beijo como sendo odioso. De forma alguma!

- MInha ninfa! - declarou ele com imenso amor e carinho.

Então a boca dele encontrou novamente a dela no meio do caminho. E o beijo revelou o desejo que tinham um do outro, mas acima de tudo o amor que ambos sentiam. Aquele beijo estava sendo diferente do primeiro. Foi explosivo. Foi fogo puro e absoluto. Aproximou o corpo dela ainda mais do seu como se pudessem se tornar apenas um. 

Era uma vez... Os Alencar (FINALIZADO)Where stories live. Discover now