IX

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Clarissa entrou no quarto extremamente irritada

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Clarissa entrou no quarto extremamente irritada. Queria poder esganar o próprio marido.Como ele pôde se comportar com ela da maneira que se comportou?Como ele teve coragem de gritar com ela na frente de todos?

Ela o odiava. Não, não odiava. Mas era o que ela queria sentir. Era o que devia sentir. Sim, devia odiá-lo. Não estar apaixonada por ele. Como pôde se apaixonar? Como foi ser tão tola? Como pôde se esquecer tão facilmente de Daniel? Lágrimas de raiva inundaram seus olhos.

- Sinhá? - Aysha entrou no seu quarto, assustando-a. - Sinhá! - Clarissa olhou para ela sem entender tamanho espanto em sua voz.

- O que foi, Aysha? - perguntou sem a mínima paciência.

- O patrão mandou preparar o seu banho. - mas o espanto não saía do rosto da escrava.

- Então vá preparar, oras. - bufou.

Aysha saiu assustada em direção ao quarto de banho. Nunca vira Clarissa tão irritada. Ao mesmo tempo que se apercebeu como tivera sido rude com Aysha, Clarissa foi atrás dela se desculpar. Mas assim que entrou ao quarto de banho, viu seu reflexo no espelho.

Céus! Ela estava pavorosa. O cabelo desgrenhado. Um corte no início do couro cabeludo que escorria já um sangue duro por sua testa. O vestivo estava imprestável, todo sujo de sangue. Então o que ela fez veio como avalanche num misto de sentimentos. Havia salvado a vida de uma mãe e de seu bebê. Então Clarissa começou a chorar.

- Sinhá? - Aysha ficou sem saber agir.

Vendo o rosto apavorado da escrava, Clarissa começou a rir e chorar ao mesmo tempo.

- A sinhá tá chorando ou tá rindo?

Clarissa ria mais, até que se sentou numa cadeira ao lado da banheira.

- Os dois, Aysha. Os dois. Estou tão feliz, por isso estou chorando. Estou chorando de felicidade.

- Nunca vi isso.

- Estou tão feliz por ter conseguido trazer ao mundo o bebê da Candelária. Ele é tão lindo,Aysha. E nasceu tão grande, nem parece um recém-nascido.

A escrava assentiu sem entender muito bem a sua sinhá.

- Eu vou buscar a água quente, sinhá.

Clarissa assentiu e a escrava saiu do quarto.

Aysha chegou a cozinha ainda espantada com o jeito de sua sinhá. Ainda não tinha se acostumado com o jeito diferente da esposa do patrão. Ele dissera que não era para contar que na fazenda não havia escravo porque a senhora Clarissa não estava acostumada com aquilo, de negro não ser escravo. Mas ela tratava a todos de igual forma. Estava até feliz por ter feito o parto de uma negra e em condições que ela não queria nem pensar. Aysha tinha certeza que jamais conseguiria fazer o que sua sinhá fez. As outras negras estranhando a forma de seu semblante ao entrar na cozinha, perguntaram.

Era uma vez... Os Alencar (FINALIZADO)Donde viven las historias. Descúbrelo ahora