Epílogo

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- 1888 -

O Rio de Janeiro estava em festa. Bem... Nem todos estavam regozinjando-se pelo grande acontecimento da história do país. Enfim, foi sancionada oficialmente a lei que abolia a escravidão em terras brasileiras. Os Alencar nunca foram a favor de escravizar outros seres humanos e, dessa forma, nunca tiveram um escravo. Mas sim trabalhoderes. Não importando sua cor. Mas todos os Alencar estavam gratos por tal acontecimento, embora tardio. Para eles, reduzir um homem à escravidão, comprá‑lo, vendê‑lo, retê‑lo na servidão, tudo isso era criminoso, apesar da lei dizer o contrário.

E devido a esse grande feito histórico, dona Laura resolvera fazer um almoço com muitos amigos, brancos e negros, para comemorarem. O almoço aconteceu no imenso jardim da residência oficial dos Alencar no bairro das Laranjeiras. O dia fora muito prazeroso e terminara com a esperança de que dias melhores viriam para a linda terra do Brasil.

 O dia fora muito prazeroso e terminara com a esperança de que dias melhores viriam para a linda terra do Brasil

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O patriarca e a matriarca dos Alencar estavam sentados lado a lado num banco no jardim da residência. Eles estavam de mãos unidas e olhavam para a família que os filhos formaram.

- Assim que pus meus olhos em ti, sabia que seria imensamente feliz, senhora minha esposa.

A esposa olhou-o emocionada.

- Eu tive tanto medo. - dona Laura deu um suspiro e encontrou os olhos do marido. Olhos apaixonados ainda, apesar dos tantos anos de casados. - Tive tanto medo que quando nos conhecêssemos tu não te agradasses de mim. - O sr. Antônio sorriu.

- Não só me agradei de ti como apaixonei-me à primeira vista.

- Eu também, meu amor. Apaixonei -me à primeira vista. E a raiva que sentia do meu pai por me obrigar a um casamento arranjado evaporou-se quando te conheci.

- Tivemos sorte por nosso casamento arranjado ter dado certo. Mas prometi a mim mesmo que jamais iria impor esse tipo de acordo aos meus filhos.

Dona Laura deu um suspiro e se voltou para Joaquim. Seu filho mais velho estava sentado na grama com um braço ao redor dos ombros da esposa possessivamente. Os filhos ao redor dos pais. Eles conversavam e riam. Eram felizes.

- Joaquim acabou se casando sem amor. - disse dona Laura.

- Recrminei-me imensamente por isso. - sr Antônio disse pesaroso. - Quando o pai de Clarissa veio me cobrar o favor de tantos anos, queria mandá-lo ao inferno. Mas a honra da minha palavra falou mais alto. Mesmo assim jurei que não obrigaria nosso filho.

- Mas nossos filhos aprenderam com o pai sobre honra. Joaquim sempre tão sisudo hoje sorri tão livremente. Tão feliz. Por graça de Deus nosso Joaquim casou-se com Clarissa e são tão felizes.

Era uma vez... Os Alencar (FINALIZADO)Where stories live. Discover now