A noite de ambos foi um tormento. Clarissa queria estar com o marido, chegava a se levantar da cama e ir até ele, mas a coragem lhe faltava. Já Joaquim se levantava para ir até ela, mas voltava, pois estava decidido a respeitar-lhe o tempo que ela pedira. Enfim, a noite se fora e o dia amanheceu explendoroso. Depois de se arrumar, ouviu leves batidas na porta. Aysha abriu. Era Joaquim. Ele sorriu e Clarissa também, apesar de estar envergonhada. Tinha medo que ele pudesse enxergar o quanto ela estava apaixonada por ele.
- Acompanha-me, esposa? - disse mostrando-lhe o braço e ela sorriu, feliz.
Assentiu e foi ao seu encontro. Passou o braço pelo dele e os dois foram juntos até a sala de jantar.
- Dormiste bem, meu marido? - ela perguntou enquanto ele gentilmente puxava a cadeira para ela sentar.
- Não tanto quanto eu gostaria, minha querida esposa. - disse dando um sorriso sugestivo.
Lírio entrou servindo-os e logo após os deixou a sós.
- Partiremos hoje ao Rio de Janeiro logo após resolver as últimas pendências com Paulo.
- Hoje? - indagou suspresa. - Pensei que só iríamos amanhã.
- Resolvi antecipar. Terminei tudo mais rápido do que supunha, então quanto mais cedo irmos, mais cedo voltaremos. Não gosto de ficar muito tempo longe da fazenda. - ela assentiu.
- Eu nunca pensei que me adaptaria tão bem em viver numa fazenda. Mas estou gostando muito dessa calmaria toda. - ele sorriu largamente. - O que foi? - perguntou curiosa.
- Desde que nos casamos não tivemos um só dia de calmaria. - ela corou, envergonhada.
Joaquim segurou a mão de Clarissa entre as suas.
- Mas entendo o que queres dizer. Eu também gosto do sossego daqui. - beijou-lhe a mão deixando-a ainda mais corada.
Clarissa mordeu os lábios, nervosa com aquele calor que emanou dos lábios dele. Joaquim sorriu.
- Estava pensando em ir visitar o filho de Candelária, se tu me permitires. - perguntou reticente.
- Não tenho que te permitir nada, Clarissa. Essa fazenda é tua e podes fazer o que quiseres. - ela sorriu, satisfeita.
Joaquim era tão diferente de seu pai.
- Onde eles vivem? Não vi nenhuma... - ela parou. Não queria pensar em Jamal vivendo numa senzala ou o bebêzinho que acabara de nascer.
DU LIEST GERADE
Era uma vez... Os Alencar (FINALIZADO)
ChickLitA história começa em 1871 onde os abolicionistas comemoram uma grande conquista na luta contra a escravidão: a lei do ventre livre, onde crianças nascidas a partir de 28 de setembro do mesmo ano nascem livres. Mas a escravidão ainda é vigente no Br...