XVII

673 72 8
                                    

Clarissa ficou em silêncio

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Clarissa ficou em silêncio. Joaquim continuou acariciando seus cabelos.

- Se não quiseres contar, não precisas. - ela o apertou mais. Saboreou a sensação de respeito dele.

Clarissa se sentou de frente para o marido e puxou o lençou para cobrir-se.

- Daniel morreu. - ele franziu o cenho. - Eu e ele nos casaríamos. - o coração de Joaquim apertou. - Bem, planejávamos nos casar. Primeiro fugiríamos porque eu havia escutado uma conversa de meu pai que já havia escolhido um bom marido para mim. Que cobraria uma dívida antiga. Eu contei à Daniel e ele propôs que fugíssimos, pois meu pais jamais o aceitaria.

- Tu o amavas? - ela assentiu e um sentimento ruim percorreu seu corpo. Ciúme, talvez.

- Daniel Moura era um homem maravilhoso e eu e ele tínhamos os mesmos pensamentos abolicionistas. 

- Se chamava Daniel Moura? - disse ele de uma maneira que a fez estranhar, como se o conhecesse.

- Sim, por que?

- Nada. - ela não quis insistir, talvez tinha sido apenas curiosodade da parte dele.

- Éramos muito parecidos, com os mesmos pensamentos. Talvez tenha sido isso que nos aproximou no início. - Joaquim ouvia tudo atentamente. - Ele era bastante envolvido na causa, inclusive. Tinha missões abolicionistas por todo o país. E a última foi justamente na fazenda do meu pai, mas ele não voltou. Morreu pela causa que acreditava.

- Então teu pai apressou teu casamento. - afirmou, mas ela assentiu.

- Sim, logo após a morte de Daniel.

- Por isso estavas tão abatida quando nos conhecemos. - afirmou novamente, mas ela assentiu mesmo assim.

- Eu estava arrasada com a morte de Daniel, então aceitei sem questionar o casamento arranjado que meu pai impusera.

- Estavas arrasada com a morte do homem que amavas e eu fui um algoz em tua vida. - disse cheio de arrependimento.

- Também não fostes assim tão cruel. - sorriu. - A verdade é que não gostava de ti porque não eras a pessoa mais agradável do mundo comigo. - ela deu um sorriso. - E te achava insuportável porque pensava que eras um escravocrata sem coração. - ele sorriu também. - Mas depois me mostrastes que era um homem lindo, maravilhoso, explêndido... - ele a agarrou sem esperar que ela dissesse mais, fazendo-a gargalhar.

- O que estás querendo com tantos elogios, minha senhora?

- Mais e mais amor de ti. - disse entre risos.

Era uma vez... Os Alencar (FINALIZADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora