A história começa em 1871 onde os abolicionistas comemoram uma grande conquista na luta contra a escravidão: a lei do ventre livre, onde crianças nascidas a partir de 28 de setembro do mesmo ano nascem livres.
Mas a escravidão ainda é vigente no Br...
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Fernando voltou para sede da fazenda mais veloz que o vento. Bem, na verdade ele tentou. Queria logo ver a cunhada e indagar-lhe sobre a jovem senhorita Mariana Almeida Prado. Ele entrou afobado em casa.
- Deseja algo, senhor Fernando? - indagou Lírio, a criada.
- Minha cunhada. Onde está Clarissa?
- A sinhá Clarissa precisou sair, por isso não esperou o senhor para o chá. Pediu que a desculpasse. Ela foi para a escola e disse que não tarda em voltar.
Ele assentiu e foi ao escritório do irmão. Aquela hora Joaquim não estava em casa, mas resolvendo as coisas da fazenda, na lida com os empregados. Mas Fernando só conseguia pensar em Mariana. Impaciente, anadava de um lado para o outro no pequeno gabinete.
Assim que Fernando ouviu Clarissa falando com a criada da casa, saiu em direção à sala.
- Clarissa, que bom que chegaste. - disse ele de maneira expansiva.
Clarissa o olhou desconfiada.
- Acho que nunca o vi tão efusivo, Fernando.
Ele ficou um tanto envergonhado.
- Só estava com vontade de tomar chá com minha cunhada e conversar um pouco. Lembra-se que tu me prometeste um chá?
- Claro. - disse a ele ainda desconfiada. - Lírio, por favor, traga chá de camomila.
A criada assentiu e Clarissa indicou a cadeira para ele se sentar. Como um perfeio cavalheiro, Fernando esperou a dama sentar para poder fazer o mesmo.
- O tempo passa rápido, não é mesmo, cara cunhada? - fez uma pergunta retórica. - Parece que foi ontem que tu e Joaquim casaram. - ela sorriu. - Faz o que? Dez anos?
- Nove.
- E os meninos? Tão grandes e saudáveis. - ele continuava a postergar a pergunta que tanto queria fazer.
- Fernando, por que não vais direto ao ponto? Sabes que não precisas fazer rodeios comigo.
Ele deu um grande suspiro.
- Eu sei. Hoje eu conheci uma moça. - Clarissa sorriu.
- E pelo visto ela é encantadora, pois tu estás deveras diferente.
- Muito encantadora. Parece uma ninfa.
- Uma ninfa? - riu Clarissa e ele ficou envergonhado por ter falado demais.
