XXXVII

527 75 12
                                    

- Hora do quê? - Bento não conteve a irritação, mas imediatamente notou o semblante apavorado de Esther e desceu o olhar para o sangue na saia de sua esposa

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

- Hora do quê? - Bento não conteve a irritação, mas imediatamente notou o semblante apavorado de Esther e desceu o olhar para o sangue na saia de sua esposa.

Aproximou-se da esposa e tomou-a nos braços, sem se importar que a saia ensagunetada estivesse manchando seu paletó.

Esther agarrou-se em Bento, esquecendo as promessas de manter-se indiferente ao marido. Escondeu o rosto no pescoço dele e rezou para que a energia que emanava daquele corpo másculo a envolvesse. Nas próximas horas precisaria muito da força dele.

Bento levou-a até o quarto que era deles antes de Esther se mudar para o outro.Deitou-a na cama e, em seguida, dona Laura entrou cor­rendo.

- Vá chamar o médico, filho.

- Meu pai já foi providenciar isso. - Bento fitou Esther com ansiedade.

- Ótimo. Agora pode ir, meu filho, e procure algo para fazer. Vá tomar um drinque.

- Não estou com sede. - dona Laura suspirou.

-Será que preciso ser mais clara? Deixe-nos a sós.

- Mas por quê? - Ele não se conformou.

- A hora do parto não serve para os homens.

- Mas antes fui bastante requisitado. - Bento mur­murou.

- Bento, por favor. - Esther pediu, cheia de dor.

- Quer mesmo que eu saia daqui, Esther?

- Sim, quero dizer, não... Não sei.

Ele pôs as mãos na cintura e encarou a mãe.

- Pois eu acho que devo ficar. Afinal, estamos falando de meu filho.

- Está bem. - dona Laura suspirou, exasperada. - Então vá para aquele canto e fique fora do caminho. - Ela fez gestos largos com os braços, mandando-o embora.

Esther gemeu com outra contração. As dores do parto castigavam Esther e a chuva lá fora castigava o Rio de Janeiro.

- O que foi isso? - Ele aproximou-se numa fração de segundo. - Isso é normal? Ela não deveria...

- Cale-se, BEnto. - dona Laura admoestou-o. - Vai acabar deixando-a preocupada. - Ela pressionou um pano úmido na testa de Esther. - Não ligue para o que ele fala, querida. Tudo está transcorrendo dentro dos parâmetros da normalidade.

Era uma vez... Os Alencar (FINALIZADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora