VII

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Joaquim embolava na cama

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Joaquim embolava na cama. Qualquer barulho, insignificante que fosse, pensava que era Clarissa. O que estava acontecendo com ele? Não parava de pensar na mulher que ocupava a sua cama naquela noite e ocuparia durante toda a semana. Ele se pegou querendo estar deitado com ela. Levantou-se e praguejou. Estava aturdido. Há dias não pensava em Margarida a ponto dele não se lembrar de alguns detalhes de seu rosto. A imagem dela vinha sumindo de sua mente. Uma outra mulher começava a povoar seus pensamentos. Clarissa Lemos. Não, Clarissa Alencar. Sua esposa.

Já era tarde. E se ela estivesse precisando dele? Ela tocaria um sino, respondeu a si mesmo. Mas e se ela não quisesse chamá-lo para não incomodar? Era uma opção.

Andou de um lado para o outro. Será que ela estava bem? Será que estava sentindo dor? Será que já adormecera?

Vá lá, homem, disse em voz alta.

Sim, ele iria. Era só uma preocupação com a qualquer ser humano. Clarissa estava sob os cuidados dele, então era normal querer saber se ela estava bem.

Colocou o robe e foi até o quarto dela. Bem, tecnicamente dele, mas que estava sendo ocupado por ela. Praguejou novamente por estar dando explicações a si mesmo.

Pé ante pé foi até o quarto. Vagarosamente abriu a porta. A razão de sua preocupação estava deitada placidamente e ressonava baixinho. Seu peito subia e descia tranquilamente.

Aquela linda mulher deitada em sua cama era sua esposa e nem se tratavam como marido e mulher. Será que ele estava errado como Paulo lhe dissera? Será que valia a pena tentar ser feliz com as circunstâncias que a vida impôs?

Ele não sabia a resposta. Ou será que ele não queria descobrir mais a fundo? Sem querer pensar mais no assunto, virou-se, fechou a porta sem fazer barulho e voltou para o quarto ao lado.

No outro dia acordou muito cedo, se é que ele havia dormido, e foi atrás de Serafina na cozinha. Ele contou-lhe que era aniversário de Clarissa e pediu que fizesse um delicioso bolo e um almoço de comemoração. Serafina perguntou o sabor que Clarissa preferia e Joaquim lamentou por não conhecer nada da esposa.

- Vou fazer um bolo angelical, assim como a nossa sinhá.

Ele sorriu com o comentário de Serafina, em seguida foi ao escritório e ficou pensando em como poderia dar o presente que sua esposa tinha pedido: sua ama.

O outro dia amanheceu chuvoso. Assim que Joaquim viu Lírio passando para levar o desjejum de Clarissa, ele foi vê-la. O desjejum estava na cama, mas a sua atenção estava ao que parecia uma carta. Ela sorriu. Aysha foi a primeira a se dar conta de sua presença.

Era uma vez... Os Alencar (FINALIZADO)Where stories live. Discover now