O Filho do Barão [COMPLETO]

Medo & Culpa-31

Vocês pediram e prontos...

Esperto que gostem e continuem votando e comentando.

Boa Leitura.

LIGHT

Calcule as consequências antes de qualquer acto, estude as possibilidades e opte sempre pelo caminho menos sangrento.

Estavamos cercados, o inimigo era astuto e estava claramente motivado o que deixava-me em puro pânico e preocupado com o desfecho do capítulo. Com certeza Vittorini, havia planeado um ataque surpresa com direito a indicação ao Oscar, o filho da mãe devia ter pensado em cada detalhe para chegar directamente a fonte dos Bonnatero, porém a pior parte era que —tirando a guarda pessoal de cada um, todos os outros soldados haviam desaparecido misteriosamente —com certeza Claude era digno de aplausos, seus truques eram melhores que aqueles que os de Deception.

Saber que alguém da minha inteira confiança, nos havia traído era o menor dos problemas agora, pois eu sabia que faltava alguém para que o teatro realmente começasse. Eu havia contado cem —aquele homem era louco, usar uma centena homens apenas para levar-me de volta à Sicília era puro exagero.

Ele estava nessa para vencer. Esse era o plano do homem que me criara.

O velho maldito ainda não havia dado as caras. Na hora do caos, o diabo sempre dá as caras—no entanto ele me temia, do mesmo jeito que um dia eu tremi diante seu olhar.

—Algo está errado. —minha mamma gritou, ela estava bem a minha trás. —Pietro, diga-me que algo está errado. Diga-me que algo está errado com o meu bambino.

—Mamma, acalme-se. —pronunciou-se Enzo.

Maledizione.

Minha mãe estava agitada, havia uma criança em torno de toda aquela situação tensa e eu estava a pensar nas melhores estratégias para que todos da minha família fossem deixados para trás com vida. Vittorini odiava minha mamma e sentia-se traído pelo meu papà —pelo simples facto que a alguns anos atrás, Pietro Bonnatero se recusara a herdar a Cosa Nostra, o homem de quase 95 anos, estava velho demais para raciocinar com clareza.

—Light. —Mamma chamou-me. —Olhe para mim Light, olhe para sua mamma e diga que você não faz parte dessa facção imunda. Diga.

—Beatrice acalme-se. —pediu meu papà.

Por quê raios eu não conseguia virar-me e encará-los, mostrar para eles o quão eu era sujo e não merecia a lágrima de nenhum deles e muito menos seu amor? Eu não tinha a resposta para essa pergunta.

—Você sabia... Esse tempo todo você sabia.—gritou minha mamma. Sua voz estava trémula e o choque que se mesclava com o horror estava lá, nos seus olhos assim que virei-me para encará-la. Era o minimo que eu poderia fazer depois de mentir por tantos anos.

—Bea, esse não é o melhor momento. —disse meu pai. —Estamos cercados pelo inimigo e definitivamente esse é o pior momento para se ter esse tipo de conversa.

—Uh! Não diga parvoíces e nem tente fazer-me de idiota Pietro. —disse. —Se vamos morrer aqui, não há nada mais justo que ser sincero comigo, com seus filhos e com todos aqueles que um dia juraram lealdade a nossa casa, aos Bonnatero e a Cosa Nera.

—Mamma. —chamou Gianna. —Acalma-te per favore, eu tenho certeza que o fratello tem uma boa explicação certo?

Seu olhar caiu em mim.

Sua voz estava embargada, seus olhos brilhavam por causa das lágrimas instaladas neles, e tudo que eu podia fazer era pedir perdão. Eu estava tão errado e tão perdido que mal conseguia calcular o dano que aquilo causaria para todos aqueles que confiaram em mim —eu estava a pagar pelos meus pecados, pelos vários litros de sangue que escoriam pelas minhas mãos, pelos cadáveres que estavam de baixo do meu corpo e principalmente, por eu ser descendente de um homem que não mediu esforços para vigar-se.