V - A New Euphoria

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Mais alguns dias se sucederam desde que havíamos chegado ao Norte e sinceramente... Ainda não tinha certeza de nada do que estava acontecendo, contudo consegui aceitar aquela situação de formas mais suportáveis, principalmente depois que Taehyung concordou em me ensinar o manuseio de espada e arco. Não minto que aquela possibilidade fez meus olhos brilharem, pois desde filhote eu sentia uma vontade gigantesca de poder lutar, saber me defender, no entanto precisava me contentar em apenas assistir o treino do Exército do Leste pela janela de meu quarto.

Confesso também que, aos poucos, eu estava aprendendo a engolir meu orgulho e certos conceitos prévios que eu tinha. Surpreendi-me muito ao notar que aqueles três Alphas, filhos do Rei Donggun, não se pareciam em nada com os Alphas que eu conheci por toda a minha vida. Namjoon era gentil, educado e sorria pelos quatro cantos, principalmente no que se tratava de meu irmão caçula. Hoseok falava pelos cotovelos, gostava de demonstrar conhecimento — o que percebi depois que não é um defeito — e era prestativo. E Taehyung... Este Alpha calou minha boca, sem sombra alguma de dúvidas. Entendi depois de quase três semanas de convívio que ele odiava as injustiças, tanto quanto eu, era alguém equilibrado quando se tratava da natureza híbrida e não deixava-se levar pelo que falavam da natureza de Alphas e Ômegas. Ele me respeitava, primeiramente, como uma pessoa.

E de quebra, meu lobo interior me joga uma bomba dizendo-me que ele era meu Alpha predestinado. Céus, isso estava ficando cada vez mais confuso.

A ideia de casamento ainda era assombrosa. Mesmo que aos poucos, as cortinas iam caindo e eu ia me deixando levar pela simplicidade do Alpha mais novo, eu não queria ser forçado a nada. Mesmo que no fim das contas o meu coração de pedra fosse completamente derretido eu continuava achando que tudo isso deveria ser baseado em minhas escolhas, não em jogos políticos patéticos feitos pelos poderosos. Taehyung também pensava assim e por alguns momentos eu realmente tive a esperança de que de alguma forma nós tínhamos escolha.

Ele não falava com todas as letras, suas palavras pareciam enigmas, mas seus olhos me diziam que nós poderíamos fazer diferente. Mas como? O que Taehyung estava planejando ou escondendo?

Constatei que isso tinha a ver com a minha confiança que ele se empenhava tanto para conquistar, mas mesmo assim não consegui chegar à conclusão alguma. Ele ainda era como um livro escrito em outra língua e aos poucos eu precisava me adaptar ao seu idioma, ao seu linguajar. Mas não seria difícil, afinal... Nós estávamos nos dando até que bem.

Como prometido ele me ensinaria a manusear armas, mas pediu-me paciência, pois não poderia ser nos limites do castelo. Imagine que ultraje um Ômega feito para copular e ser delicado decepando um tótem ou atirando flechas por aí...

Minha paciência era gigantesca e se ele dizia que estava providenciando, eu deveria acreditar e esperar. Isso já demonstrava que sim, eu confiava nele.

Com o passar dos dias dentro do castelo da família Nortenha eu fui percebendo certas coisas que ainda eram de meu incômodo. Meu pai, sempre imponente e truculento conosco no Leste, tinha a cabeça completamente baixada para Donggun e concordava com tudo o que ele dizia. Parecia um lobo filhote, fraco, sem opinião. Patético. Minha mãe era como um túmulo... Sempre calada, apenas sendo uma figura bonita nos jantares, assim como a Rainha Hyunjoo. Ômegas eram nada mais que objetos de adornos e isso me irritava tão profundamente que eu quase feria as palmas de minhas mãos, apertando-as enquanto continha meu descontentamento.

Minho, o Comandante do Exército e sobrinho do Rei Donggun, me olhava como se eu fosse um pedaço de carne, no entanto desde a última vez, não me incomodou mais. Talvez ele soubesse que estava brincando com perigo ao tentar tomar um Ômega prometido para a realeza, mas não era como se o Alpha fosse dos mais inteligentes. De certa forma eu estava preparado para alguma situação que exigiria que eu me defendesse ou acabasse saindo machucado, mas jamais me submeteria a ele.

A Brand New Day | TAEJINWhere stories live. Discover now