A Brand New Day | TAEJIN

IX - A New Despair

- Não! Definitivamente não!

- Jimin, por favor! - Juntei minhas mãos implorando e tentando fazer minha melhor expressão de desespero - Ele não é tão mal assim!

- JinJin, eu só tenho um objetivo nesta vida e ele é cuidar de você. Não quero um homem ou uma mulher!

No momento em que Taemin me propôs tal absurdo eu sabia que escutaria negativas de Jimin. Eu só não sabia que ficaria mais frustrado e desesperado do jeito que eu estava. Minha última saída era apelar para Taehyung e eu sabia bem que eu não queria fazer isso, principalmente porque apesar de tudo não queria sua ajuda, então eu precisava dar um jeito de convencer o Beta a colaborar comigo.

Ele estava ajeitando minhas roupas enquanto fazia um bico bravo e eu o olhava de pé, do outro lado do quarto, os braços acima do peito e o rosto contrariado. Eu tinha outra opção, no entanto eu me sentiria péssimo em usá-la.

A minha relação com Jimin jamais foi a que deveria ser, eu não o enxergava como um servo, no entanto tudo o que eu "ordenava" ele acatava sem protestar. Poderia ser uma pessoa completamente ruim e obrigá-lo a fazer aquilo usando o argumento de que era uma ordem, mas nunca, jamais seria coerente com as coisas que eu pensava. Não era de meu feitio submeter alguém à situações que não fossem de seu completo acordo, por isso esta opção estava fora de questão.

Jimin tinha que fazer isso por sua própria vontade, convencê-lo que era um inferno.

- Você é a pessoa mais desordenada e maluca que eu já conheci em toda minha vida, Seokjin do Leste. - Ele me lançou um olhar desafiador - Quer sair do castelo, se arriscar e ainda quer que eu me convença a conhecer um homem que eu nem sei quem é... - Ele riu baixinho - Sinceramente, não sei de quem herdou essa personalidade, mas com certeza não foi do Rei Sangwoo.

- Eu sou uma pessoa que quer unicamente fazer o certo e procurou meios, me deparando com essa bela montanha que Taemin pediu que eu escalasse. Ah e essa montanha tem nome, cabelos loiros muito sedosos e bochechinhas fofas. - Fui até ele e apertei suas maçãs do rosto com meus dedos - Jiminie... Você só tem que ir até ele, conversar um pouco, sabe... Aliás, você está precisando de alguém mesmo, fica cuidando de mim vinte e quatro horas por dia sem nem se importar consigo mesmo.

- Mas é meu trabalho, Jin! - Ele exclamou rindo - Eu literalmente vivo por você.

- E isso não é certo.

Estava longe de ser o correto. No momento em que meu pai havia levado os três criados, Jimin, Yongsun e Jungmin, ele os deu apenas o papel de viver em função de nós, nos cuidar como ele não fazia, e nos obedecer. Claro que com o passar dos anos fomos entendendo que a relação que meus irmãos e eu tínhamos com os Betas estava longe de ser fria dessa maneira. Todos eles tinham idades próximas das nossas e claro que um vínculo de amigos foi aparecendo.

Em minha concepção, uma das coisas das quais eu também queria lutar contra era esse abuso perante aos criados Betas que praticamente todos os reinos tinham. Na visão dos Alphas líderes das nações, Betas apenas serviam e nada mais, eles não tinham "função" além na sociedade. Errado. Eram iguais a qualquer pessoa simplesmente por existirem, cada um tinha sua individualidade e deveriam viver em função de suas próprias vidas, não das nossas.

- Jimin... - Suspirei descendo meus braços até seus ombros e o olhando fixamente - Você sabe que eu não gosto quando você diz essas coisas, eu não concordo. Por mim, você viveria sua vida e não a minha. Eu te amo muito, Jiminie, não quero que fale essas coisas.

Ele baixou os olhos e soltou um suspiro longo também. Em nossas milhares de conversas noturnas ele me dizia o tamanho da vontade que tinha de conhecer as outras nações além do Leste e de sua terra natal, Sudeste. Enquanto eu devorava alguns livros, escondido de meu pai, eu lhe falava sobre como cada nação era. O Norte, com seu clima esquisito onde a neve caía de três em três meses, o Oeste com suas enormes plantações de algodão... O Sul e seus bárbaros odiosos. Apesar de todos os pesares, ele queria poder conhecer tudo, mas tinha a ciência de que estava ligado a mim por uma obrigação de ser servo. Eu não tolerava que seus sonhos morressem assim.