A ultima pétala: parte 2

420 68 45
                                    

A ilha da pupila da deusa era tudo que Zhen Jiahui havia ouvido e lido a vida inteira sobre a floresta mágica das fadas do norte. As árvores eram altas, de caule branco, as folhas vermelhas no topo fazendo uma copa espessa que poucos filetes de luz passavam, iluminando apenas pontos específicos, onde havia espelhos ou pedras, que refletiam para outros pontos, onde desenhos esculpidos nos troncos grossos contavam a história do povo. O palácio havia feito o homem suspirar surpreso e encantado, sem conseguir disfarçar o sorriso de admiração. Completamente revestido de cristal, ele se erguia entre as árvores diretamente, do caminho para as escadarias. Sem muros. Sem torres. Apenas o belo palácio de três andares e seus pavilhões.

Dentro do salão de recepção era ainda mais deslumbrante. As janelas quadradas eram revestidas de prata em suas bordas, o vidro colorido dos vitrais variava em tons de cores frias, trazendo um ar mágico e tranquilo para dentro do salão. Zhen Jiahui queria poder sentar- se sentar no meio daquele lugar e meditar por horas.

— Deite gege aqui. — pediu Yue Ninglin acenando com a mão para que Chang Dasong levasse Mu Qing até um dos divãs nas paredes, abaixo de uma janela.

— A-Song... — chamou Feng Xin parecendo incerto ao erguer a mão para o ombro do rapaz, mas ele desviou do toque com um movimento brusco, lançando um olhar duro para Feng Xin antes de deitar Mu Qing onde foi indicado. — Criança...

— Não me chame de criança. — chiou ele voltando a se ajoelhar ao lado de onde Mu Qing estava deitado, mas logo que ele se voltou para o homem, Mu Qing moveu as pálpebras. — Shizun!

— Não grite! — chiou Mu Qing apertando a ponta do nariz, tremendo e levantando.

Mais uma vez, Chang Dasong se moveu para o ajudar.

— Onde estamos? — questionou Mu Qing esfregando o rosto. — O que aconteceu?

— O calor fez seu sangue circular mais rápido, o veneno se espalhou e foi consumido mais rápido também. — explicou Zhen Jiahui andando pelo lugar sem dar muita atenção. — Acredito que agora você está totalmente limpo.

— Eu não apostaria. — chiou Chang Dasong apertando as mãos sobre as pernas e Mu Qing colocou a mão em sua cabeça.

— Está tudo bem. — disse ele tentando o confortar, mas Chang Dasong virou o rosto. — Dasong!

— Shizun perdoe este discípulo mas-... — começou o rapaz, mas pareceu repensar no que falava e abaixou a cabeça. — Shizun, peço permissão para sair!

— Dasong, você não pode sair sozinho por aí! — disse Mu Qing tentando se levantar, mas cambaleou de volta, bufando e erguendo a mão para a testa.

Chang Dasong pareceu não aguentar mais, então simplesmente se ergueu e saiu do salão. Mu Qing fez que iria se levantar de novo, mas Feng Xin tomou o lugar do rapaz e o empurrou de volta.

— Feng Xin! — chiou ele irritado e olhando para a porta por onde o rapaz havia saído.

— Não se incomode, Fuyao-xiong. — disse Zhen Jiahui erguendo a mão e caminhando lentamente para a porta. — Vocês tem muito o que conversar e, francamente, saber que são deuses já é muito para mim. Eu precisaria pegar apenas um resumo com um bom chá com pimenta mais tarde. Discutam os senhores e a senhora sobre o que quer que seja.

— Jiahui... — murmurou Mu Qing e o homem o olhou ao colocar as mãos nas mangas.

— Eu posso ser babá por alguns minutos ou me acha incapaz? — questionou já perto da porta e Mu Qing abaixou a cabeça em cumprimento.

— Obrigado.

— Não por isso. — disse ele movendo a cabeça para fazer os cabelos balançarem e saiu do salão.

O tempo que podemos terWhere stories live. Discover now