Precipício: parte 1

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— Posso ter ouvido falar, há muito tempo, de um povo que tirava energia da terra para melhorar o cultivo. — disse Zhen Jiahui despreocupadamente jogando uma toalha sobre o ombro enquanto andava ao lado de Mu Qing. — Mas não tenho certeza. Precisarei retornar a ZhenSi para averiguar.

— Também ouvi falar de algo assim, shizun. — disse Chang Dasong andando logo atrás, com Feng Xin. — Nos nossos arquivos em ChanYao, há muitos mitos sobre o povo de FuXian. São um dos primeiros povos que cultivaram em nosso mundo.

— Então já temos onde começar a olhar quando voltarmos. — disse Mu Qing rodando o cabelo e o prendendo em um coque no alto da cabeça.

— Sim, sim, o que vocês quiserem! — disse Feng Xin ansioso e sorrindo. — Mas por hora, esqueça essa merda! Podemos relaxar nas termas e mais tarde terá uma festa! Yue Ninglin-mei é uma anfitriã maravilhosa! — comemorou o homem e Mu Qing revirou os olhos conseguindo finalmente colocar o cabelo no lugar e soltou as mãos, mas as mechas cairam novamente ao seu redor.

— Mas que porra! — chiou batendo o pé no chão e parou de andar, batendo a fita de cabelo no peito de Feng Xin, que riu o seguindo para um banco de pedra no caminho que levava dos dormitórios para as termais, se divertindo com Mu Qing sentando com os braços cruzados no peito e com um bico nos lábios. — Eu vou cortar essa merda!

— Não se atreva! — repreendeu Feng Xin se colocando trás de pé e trançando as mechas prateadas antes de as girar e prender com a fita. — Pronto. — disse dando um tapa na nuca de Mu Qing ao voltar para os outros dois.

— Shizun, seu cabelo é muito bonito! Não o corte, por favor! — pediu Chang Dasong e Mu Qing bufou.

— Você também? — questionou e o garoto inclinou a cabeça para o lado sem entender. — Wanli também me proibiu. Sequer posso pintar de preto, independente da ocasião!

— Ela está certa. — disse Feng Xin sorrindo ao ver Mu Qing se aproximar e andar ao seu lado. — O que te falta é prática para arrumar seu cabelo.

— Falta paciência. — disse Mu Qing revirando os olhos de novo. — E eu não entendo sua animação. Você odeia água quente!

— Eu não gosto de água quente prestes a entrar em ebulição para banho. Ou seja, odeio especificamente a água que você prepara. Eu não tenho nada contra fontes termais.

— O casal de idosos já acabou? — questionou Zhen Jiahui girando o cachimbo longo nos dedos.

— Quase. — disse Mu Qing. — Bom saber que você odeia, não vou mais preparar!

— Mas você prepara apenas para me irritar! — disse Feng Xin cruzando os braços e Mu Qing deu de ombros. — Agora acabamos.

— Que lindos. — disse Zhen Jiahui apaticamente e estalando o dedo sobre as ervas na ponta do cachimbo, as acendendo.

— O que você fuma, líder de seita Zhen? — questionou Chang Dasong andando ao seu lado.

— Um preparado de ervas para acalmar. — disse o homem erguendo o queixo e soltando fumaça, ignorando Feng Xin e Mu Qing que trocaram um olhar.

— É sim. — disse Feng Xin rindo e o homem continuou o ignorando.

— Jovem mestre, quer experimentar? — questionou oferecendo o cachimbo e o garoto olhou para aquilo e então para seu mestre, que fazia uma expressão severa e encolheu os ombros.

— Acho que ainda não tenho idade para isso, mas obrigado, líder de seita, Zhen. — disse ele batendo o punho na mão e Mu Qing colocou a mão em seu ombro.

O tempo que podemos terOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz