A fazenda: Parte 4

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[FELIZ DIA DOS PAIS! SE O SEU FOI UM FILHO DA PUTA, DÊ FELIZ DIA DOS PAIS PARA SUA MÃE QUE ELA MERECE!]

> AVISO DE GATILHO: Violência explicita, violência implícita, violência sexual implícita e gore. <

Feng Xin já estava próximo do pavilhão de lavagem quando ouviu as risadas. Em qualquer outra situação ele investigaria antes por precaução para não ser pego pelos inimigos, mas o som de choro de Wu Wanli e os gritos dela implorando que parassem foi demais para o homem conseguir fazer as coisas de forma apropriada.

Sem se dar ao trabalho de pensar, Feng Xin chutou a porta que dava para a saída do pavilhão, a quebrando em vários pedaços que voaram para dentro e encarou a cena de Wu Wanli agarrada pelos cabelos por uma mulher, os braços segurados por outra nas costas — de uma forma que o deus tinha certeza que era desconfortável e até dolorosa —, com o rosto inchado de golpes e molhado, perto de uma bacia d'agua, cercada de outras quatro mulheres armadas com toalhas molhadas, varas e — ao lado, um pouco distante — uma usava um leque para atiçar as brasas de uma fogueira onde um ferro de marcar gado já começava a ficar rubro.

Por um segundo de choque as mulheres encararam Feng Xin sem reação, mas com o grito de terror da primeira, as outras começaram a correr como se suas vidas dependessem daquilo. Feng Xin assistiu sem reação Wanli cair de joelhos no chão e cuspir uma mistura de água e sangue, se apoiando fracamente nas mãos e braços trêmulos antes de cair para o lado com a respiração difícil. Suas roupas haviam sido rasgadas, seu peito completamente despido estava marcado com pontos de queimadura de ferro e roxo de agressões repetidas, com alguns lugares sangrando.

O deus sentiu o corpo inteiro parecer ferver, seu peito ardeu dolorosamente e, se sentindo tremer, se virou para as mulheres que corriam ao redor de uma espécie de piscina usada para lavar roupas e armou seu arco com três flechas energizadas com poder espiritual em excesso, as disparando sem qualquer piedade nas costas alheias e ouvindo os gritos de surpresa seguidos de dor profunda quando sua energia do tipo fogo começava a queimar seus corpos de dentro para fora. As outras três que haviam conseguido correr para mais longe o encararam com olhos tão arregalados que quase podiam saltar para fora. Seus joelhos cederam e elas caíram implorando por misericórdia, mas Feng Xin ainda armou três flechas e as disparou, repetindo o mesmo processo das outras três.

O homem bufava, como se houvesse corrido por uma maratona e a força com que apertava o arco nos dedos era tão grande que ele sentia dor na mão enquanto a outra se movia para as flechas novamente, tremendo, mas ele fechou a mão antes de alcançar as hastes, abaixando o arco com relutância e respirando fundo pela boca.

Controlado e percebendo que havia acabado com aquilo, Feng Xin lentamente se virou e encarou Wanli desacordada no chão, vendo uma poça de sangue crescer ao redor de seu quadril, manchando sua roupa pelo que parecia ser um ferimento entre as pernas e sentiu o estômago embrulhar ao imaginar o que poderiam ter feito a ela.

Feng Xin não queria sequer olhar.

Apertando os olhos e as mãos, ouvindo a madeira do arco estalar e os olhos marejaram de raiva, ódio e pena, ele começou a andar em direção a mulher lentamente, como se temesse ter certeza de seu real estado. Mas ele não podia se comover, Mu Qing ainda estava lutando e Wu Wanli precisava ser retirada daquele local e ficar segura.

Ele engoliu em seco e tirou o robe externo, o colocando com cuidado ao redor do corpo de Wu Wanli e a ergueu cuidadosamente em seus braços, a aninhando a seu peito.

Tentando não pensar muito, ele passou um braço pela dobra do joelho e Wu Wanli se encolheu soltando um som engasgado de dor que soou em Feng Xin como se o tivessem esfaqueado. Ele apertou os olhos e murmurou um "desculpe" fraco e engasgado, saindo cuidadosamente do pátio de lavagem — para não a mover muito —, em direção a primeira casa vazia que encontrasse e que pudesse dar a ela um elixir de cura e a mantivesse a salvo enquanto ele fazia efeito.

O tempo que podemos terWhere stories live. Discover now