O passado: parte 4

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[To aqui como prometido, vencendo a preguiça!!!]

[nome alternativo do cap: essa família é muito unidaaa, mas também muito ouriçada-]

A despedida era sempre dolorosa para Feng Xin. Não importa realmente o tempo que permanecia ou conhecia as pessoas, se ele possuísse o mínimo de simpatia era complicado os deixar. Mu Qing por outro lado aprecia muito mais tranquilo em dar as costas e por si mesmo começar a desenhar a matriz de encurtamento de distância na parede do armazém de tecidos da loja — mesmo que não possuísse poder para a ativar — apenas para acelerar o processo.

Feng Xin queria não julgar, mas estava totalmente julgando o sangue frio de seu amante.

Wanli já parecia ser mais como ele. A mulher estava abraçada a sua mãe e irmã, tentando negar as diversas comidas que elas lhe entregavam, mas não importava quantas vezes dissesse que não iriam direto para casa, Mo Linxi insistia que deveriam levar ao menos os bolinhos para a viagem, sem compreender que gastariam segundos para estarem em Lang Le.

— Feng Xin. — chamou Mo Hesu enquanto as mulheres discutiam sobre a comida. — Podemos ter uma palavra?

— Sim sogro. — respondeu se voltando para ele e o homem acenou com a cabeça para que o seguisse.

Os dois seguiram andando para dentro da casa, parando na sala de recepção e por alguns segundos Mo Hesu ficou de costas para Feng Xin. O deus ergueu uma sobrancelha esperando que ele dissesse algo, mas o homem ficou em silêncio um tempo, parecendo pensar bem no que diria e mudando o peso entre as pernas.

— Rapaz. — disse o homem por fim sem se virar. — Minha filha é uma mulher direita. Uma flor de lotus que foi muito cobiçada pelos homens de nossa cidade. Eu a mimei demais, deixei que escolhesse seu marido e aquele maldito Wu a levou para a fazenda apos o casamento, sem deixar que partisse para sequer ver seus pais. Mas minha filha é forte. Ela mandava cartas escondida com comerciantes. Eu a ensinei a bordar, costurar e um pouco de esgrima. Sua mãe a ensinou a cozinhar e os deuses a abençoaram com mãos de fada.

Feng Xin repuxou os lábios um pouco e soltou o ar pelo nariz.

Ele sabia bem de todas as qualidades de Wanli. Sua comida era maravilhosa e ela e Mu Qing pareciam competir de igual na costura — e Mu Qing vestia um príncipe extremamente chato com suas roupas! — Mas achou tocante aquele homem falar aquilo. Nunca pensou que um dia seria colocado contra a parede por um pai por estar se relacionando com sua filha. Jian Lan não possuía pais quando ficaram juntos. A mãe de Mu Qing sempre o tratou bem, mas eles não tinham uma relação daquela natureza na época, nem mesmo pensaram em ter ainda.

Ele tinha que admitir que era quase divertido. Isso porque aquele senhor de quarenta anos nunca poderia fazer qualquer coisa contra ele e, mesmo assim, estava ali com os ombros retos e emanando uma aura de autoridade.

De repente Feng Xin se sentiu um velho vendo uma criança tentando lhe dar sermão.

— Senhor Mo, eu sei tudo isso. Aa-Li é uma mulher incrível e eu tenho total consciência de meu privilégio. Agradeço ao senhor por ter abençoado nosso casamento, mesmo que ele tenha ocorrido quase que às escondidas em um momento complicado.

— Eu abençoei o casamento por A-Li dizer que está feliz. Eu nunca seria contra a felicidade de minha filha. Mas eu tenho uma pergunta e eu quero que você seja sincero comigo. — disse o homem finalmente se voltando para ele. — O nortenho é apenas um amigo da família?

Feng Xin piscou sem esperar por aquilo, tencionando os ombros por ser pego desprevenido e arregalando os olhos. Ele nunca foi bom em disfarçar coisas, de qualquer forma. Mo Hesu suspirou levando as mãos ao rosto.

O tempo que podemos terOnde as histórias ganham vida. Descobre agora