A ultima pétala: parte 5

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[oi gente! feliz pascoaaaaaa!!!! espero que tenham recebido bastante chocolate!]

Era frustrante, irritante e ridículo, mas Mu Qing não conseguia se concentrar. As palavras e explicações de Yue Ninglin pareciam simplesmente não entrar em sua cabeça e as vozes pareciam estar embaixo d'água, longe. Apenas murmúrios irritantes fazendo sua cabeça doer e ele se sentir cada vez mais ansioso para se ver livre daquilo e correr para onde queria e sentia que deveria.

Por um lado, sentia que havia enfraquecido. Uma briga com Feng Xin nunca havia o feito distrair de suas obrigações. Nunca o havia feito perder o foco do que interessava quando o homem deixava a sala. Na falta da fonte de seu estresse e distração ele podia se concentrar.

Mas não sentia que era possível agora.

Seus pensamentos voavam para Feng Xin. Sobre como ele estava se sentindo, sobre o que ele realmente pensava sobre Mu Qing e se aquela briga anula tudo o que haviam dito na noite anterior. Ele estava mais apavorado com a perspectiva de Feng Xin lembrar do porquê de o odiar no passado e sentir repulsa de estar ao seu lado, do que de ficar preso naquela realidade para sempre.

E ele não conseguia apenas ficar quieto e esperar!

Com este pensamento, ele se levantou da mesa e marchou para fora, passando por Yue Ninglin, que sequer interrompeu sua fala, dando um passo para o lado e depois um para volta ao mesmo lugar quando Mu Qing passou, sem lhe direcionar sequer um olhar.

Do lado de fora do salão, Mu Qing respirou fundo e cruzou os braços no peito se sentindo inseguro sobre o que fazer exatamente, mas mesmo assim, seguiu o fio da pulseira que conectava Feng Xin ao seu próprio núcleo dourado. Seus passos foram lentos e ele mentiria se dissesse que não havia parado várias vezes reconsiderando, mas todo o tempo que gastou para chegar ao precipício não foi o bastante para o fazer ter uma ideia clara do que dizer.

Feng Xin estava sentado à beira do penhasco, as pernas balançando e o corpo levemente curvado para frente enquanto encarava o pôr do sol. O dia havia passado rápido e Mu Qing sequer percebeu.

Com um novo suspiro, ele caminhou como um condenado até sua forca e se sentou ao lado de Feng Xin sobre as pernas, ajeitando as roupas ao redor de forma ansiosa, mantendo entre eles uma distância segura. Os dois ficaram em silêncio e Feng Xin sequer o olhou por alguns instantes, mais por fim ele suspirou.

— Eu estava pensando, o por do sol é o mes-

— Você realmente acha que eu sou um genocida? — questionou Mu Qing o interrompendo e Feng Xin pulou assustado, mesmo estando sentado, sem esperar aquela pergunta direta e clara, piscando incrédulo para Mu Qing. — Responda apenas sim ou não.

— Não. — disse Feng Xin abaixando as sobrancelhas. — Em momento nenhum eu disse isso, Mu Qing.

— Não disse... mas me olhou como se fosse. — murmurou o homem abaixando a cabeça.

— Eu não suportaria ficar do seu lado se você fosse neste nível.

— Você me acha frio.

— Isso não tem exatamente ligação com ser genocida. — disse Feng Xin franzindo o cenho. — Eu não acho e nunca achei que você fosse sair dizimando cidades apenas por diversão ou motivos fúteis. Eu não duvido que você um dia faça isso, infelizmente, mas não acho que seria por crueldade ou maldade.

— O que quer dizer?

— Você é frio, calculista e por vezes eu duvido que tenha um coração, mas você definitivamente não é uma pessoa ruim.

O tempo que podemos terOnde as histórias ganham vida. Descobre agora