O tempo que podemos ter

Resolução: parte 3

[Demorei mais cheguei!!!! Esse é um dos cap mais fofos que eu ja fiz então.... apreciem a boiolice]

[Nome alternativo do cap: Boiolas fazendo boiolice boiolando]

Mu Qing estava exausto e, no entanto, não de muito mal humor.

A mesma multidão de homens que o havia surpreendido naquela manhã em sua casa, estavam reunidos no pátio principal da seita ChangYao e olhavam para ele vez ou outra antes de tecer algum comentário maldoso. Chang YaSen não havia saído do seu lado durante todo o tempo, o cercando quando ficava irritado e apontando algo idiota que ele não estava interessado em outro canto. A única coisa real que o impedia de fazer qualquer coisa era Feng Xin. O homem o vigiava de longe, voltando a cada dez minutos e puxando a pulseira a cada dois em um lembrete para não fazer besteira que colocaria a seita ChangYao em maus lençóis.

Como se ele possuísse outra escolha! 

Certo, ele deveria ser sincero, mais coisas o mantinha apenas ouvindo. A primeira era que deveria preservar sua imagem como shizun do jovem mestre Chang, o que o impedia de brigar ou rebater, tendo de aguardar uma oportunidade depois para se vingar indiretamente de cada comentário ou olhar nojento que recebia. A segunda era que, depois da brincadeira na sala de refeiçoes com Feng Xin de mais cedo, ele havia perdido completamente os poderes espirituais ao abrir mão de sua "castidade". 

Não que ele se arrependesse, seu bom humor e auto controle de não começar a distribuir socos se devia apenas a aquilo.

Com aqueles dois fatos pesando sua cabeça, restava a ele repetir incansavelmente ao líder de seita Chang que não se importava com nada do que era dito e iria defender seu nome durante a caça noturna se fosse necessário. Mas a parte mais complicada era segurar Chang Dasong apenas com palavras para que o garoto não fosse gritar alguma coisa em sua defesa. A mão que Mu Qing mantinha no ombro do rapaz era apenas um lembrete. Alem dos poderes espirituais, não tinha mais que a força de um humano bem forte e ele conhecia a força de Chang Dasong. Se o rapaz quisesse, poderia sair e fazer um estrago para o defender, mas de alguma forma estava sendo efetivo e Mu Qing estava mantendo Chang Dasong controlado ao seu lado. 

De qualquer forma, não era diferente de possuir um cão raivoso que rosna e morde qualquer um que se aproximava.

Mas havia a parte boa daquilo tudo.

Enquanto andava pelas carroças ele podia ver Feng Xin de relance algumas vezes e, em todas as vezes, sem exceção, ele estava tramando ou implicando com um dos mestres. Mu Qing quando viu pela primeira vez questionou a si mesmo se ele fazia de propósito, mas na quinta pareceu bem óbvio. Na décima Mu Qing percebeu que Feng Xin ainda fazia tudo tomando cuidado para que Mu Qing visse que estava sendo vingado.

— Sênior Feng é cruel... — disse Chang Dasong ao seu lado olhando para um pequeno grupo reunido no pátio da cede que geralmente era usado para treino de espadas.

Desta vez Feng Xin implicava com um ancião, pedindo que ele o ajudasse com um selo — depois do velho dizer que conhecia todos os feitiços do mundo —, dando a ele um escrito no idioma de Xian Le. No mundo deles, a língua de Xian Le já era uma língua morta e há muito esquecida, naquele mundo ela talvez nunca sequer tenha existido. Feng Xin estava envergonhando o ancião na frente de todos e o idoso mal conseguia enxugar o suor que descia de sua testa ao olhar para a folha amarelada em sua mão.

— Jovem, este ancião não consegue decifrar por completo, mas tem certeza que é um feitiço maligno. Eu já vi um desses em minha juventude. Não tente usar! — disse o idoso devolvendo por fim o selo e Feng Xin sorriu o aceitando de volta.