Primeiro contato: Parte 1

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[Começamos aqui o segundo arco!]

[Nome alternativo do cap: não pode mais pegar na cintura do bro que é gay, tudo é gay agora!]


Havia uma semana que haviam deixado a hospedaria e começado a seguir em direção ao leste, local que se encontrava a tal seita ChangYao e para onde o pássaro de rastreamento de Feng Xin havia voado.

Quando saíram da hospedaria, o senhorio Dong havia chorado como se Feng Xin fosse seu filho perdido há muito tempo, que foi reencontrado, partindo novamente. O velho havia dado algumas moedas a ele e até roupas extras, alegando que faria muito frio durante a noite e ele tinha de se cuidar, já que não podia contar com o "jovem mestre Mu".

Mu Qing apenas fingiu não ouvir o velho o difamar por quase uma hora e, quando finalmente estavam longe das vistas, havia dado uma cotovelada em Feng Xin por ter dado aquela imagem dele para aquele senhor.

Na maior parte do tempo que viajaram foi tranquilo. Mas as vestes formais de Mu Qing acabaram por serem vendidas para garantir algumas moedas extras e roupas para trocar, acabando com a ideia de Feng Xin de atuarem ser servo e mestre — não estava funcionando muito bem, de qualquer forma. Sem nada para vender depois daquelas roupas, haviam então começado a pegar um trabalho ou outro de exorcismo ou se livrar de de alguma besta, recebendo comida e abrigo durante a noite ou algumas moedas para comprarem coisas que precisavam, cobrando bem menos que as seitas pediam por aquilo.

Basicamente, estavam levando uma vida de cultivadores desgarrados e pobres.

Por vezes, eles haviam se perguntado se não seria melhor voarem para a tal seita ChangYao, mesmo que tivessem de fazer paradas aleatórias em cidades para saber mais ou menos a direção e se estavam próximos, mas o único que tinha uma arma que podia ser usada para voar era Mu Qing e carregar duas pessoas gastava muita energia espiritual. Haviam pensado em matrizes de encurtamento de distância também, mas para a fazer tinham de ter ao menos uma ideia e imagem mental para onde estavam indo e "para leste" não era nada específico. Isso sem falar que se o demônio que caçavam havia conseguido os transportar para aquele mundo sem que eles percebessem, talvez podia se infiltrar na matriz e os enviar para uma armadilha.

Em sumo, estavam indo a pé, sem dinheiro sequer para uma carruagem ou montaria.

Mas maior problema de toda a situação, não era sequer o dinheiro, era o tempo. Cada dia era mais cansativo e estressante. Depender um do outro com a morte os espreitando o tempo todo depois de mais e mil anos existindo sem aquele medo de desaparecer era desesperador! Era como se tivessem de reaprender a serem humanos. Seus corpos se machucavam agora, tinham de comer e dormir para ter energia e, sendo os dois atos os poucos momentos de prazer e tranquilidade, eles se recusaram a praticar a inédia. E isso sem mencionar controlar o consumo de energia espiritual que gastavam, o que reduzia muito o que podiam fazer.

Mesmo que lutar contra monstros fosse a ferramenta que tinham para sobreviver, era sempre muito perigoso. Tinham de pensar que poderiam ser atacado a qualquer momento e nunca podiam estar esgotados demais para lutar se fosse necessário, mas era difícil lembrar daquilo em batalha. Com o inimigo a sua frente, pensar em um que pode surgir do nada era complicado. Haviam entrado em consenso que o melhor jeito era terminar os trabalhos o mais rápido possível, mas para isso gastavam muita energia e ficavam esgotados. Era como se tivessem acabado de desenvolver o núcleo, sem ainda muito controle do quanto precisavam usar para vencer.

E depois da batalha era ainda pior!

Tinham ficar em alerta, sem forma de se defenderem, na expectativa de um inimigo que nunca chegava ou se mostrava, mas que poderia a qualquer momento. Eles não conseguiam relaxar e baixar a guarda. E Mu Qing estava desanimado com aquela situação. A expectativa de um ataque era a pior tortura que existia. Se manter em alerta era estressante e brigas ficavam cada vez mais frequentes e mais intensas. E se tudo não fosse o bastante, ele começava a sentir que o seu cultivo e o de Feng Xin começavam a oscilar.

O tempo que podemos terWhere stories live. Discover now