Precipício: parte 3

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Os suspiros preenchiam o quarto escuro junto ao som dos corpos batendo um contra o outro. Pele com pele. Sons duros e que pareciam sufocados, escondidos pelas cortinas brancas fechadas da cama.

Mu Qing tinha o rosto contra o travesseiro, a boca aberta, sem conseguir conter os suspiros, apertando os lençóis com a mão, próxima ao rosto. Os olhos fechados possuíam lágrimas de prazer acumuladas, prestes a caírem, os lábios avermelhados abertos em um gemido que não conseguia nem mais colocar para fora, apenas soltando e puxando o ar com sôfregos, soltando sons do fundo da garganta. Seus joelhos estavam firmes contra o colchão, mantendo o quadril alto. Feng Xin suspirava ao seu ouvido com a voz rouca, puxando seu cabelo com uma das mãos, o obrigando a ficar com o rosto de lado, as bochechas coladas, enquanto ele lhe apertava os mamilos e o penetrava sem qualquer piedade.

— Mais... mais... xin... — suspirou Mu Qing abrindo os olhos minimamente e esticando o pescoço, sentindo a boca quente de Feng Xin sobre sua pele sensível, o mordendo com força ao mover o quadril mais forte, o fazendo gemer alto e apertar os olhos.

— geme pra mim, a-qing... — mandou Feng Xin, puxando o cabelo prateado, descendo a mão livre pelo peito branco repleto de marcas até o meio as pernas de Mu Qing, o massageando e o fazendo virar o rosto no travesseiro soltando baforadas. — Quero ouvir sua voz...

— Fica...Ah... difici-Ah, isso... continua... — implorou erguendo um dos braços para trás, enfiando os dedos nos cabelos de Feng Xin e os puxando ao mover o quadril junto do outro.

A respiração quente e o hálito de Feng Xin contra seu pescoço era excitante, mas o ter chupando sua pele era ainda mais e Mu Qing soltou uma lamúria sentindo o corpo tremer. Os espasmos de prazer o faziam se mover quase que por instinto. Não precisava pensar. Precisava de contato. Precisava de satisfação. Ter Feng Xin o tocando em tantos lugares, o estimulando, o fazendo arrepiar enquanto lhe devorava era demais para que ele fosse racional. Ele apenas o queria. Em todos os lugares.

Feng Xin soltou uma espécie de rosnado e saiu sem qualquer aviso de dentro de Mu Qing, se levantando, fazendo a pele branca se arrepiar pela falta do outro corpo quente sobre o seu. Mu Qing abriu os olhos molhados, respirando com dificuldade e deixou que Feng Xin o virasse de costas para a cama.

— Você parece bem...— disse Feng Xin sorrindo lascivamente, a língua passando pelo lábio inferior e Mu Qing riu.

Um riso fraco e como sinos ao esticar o corpo em um espreguiçar, erguendo o queixo e fechando os olhos, antes de olhar Feng Xin de novo com um sorriso.

— VocÊ me faz sentir bem... — disse erguendo os dois braços, como se pedisse colo e Feng Xin se abaixou obedientemente, apertando os lábios juntos e iniciando um beijo, enquanto apertava as coxas de Mu Qing com força entre os dedos e o forçava a abrir as pernas.

Mu Qing o sentiu entrar de novo e suspirou arranhando as costas largas, virando a cabeça para o lado no pescoço de Feng Xin, a boca aberta sobre a pele quente, sentindo o gosto salgado do suor em sua lingua.

— Mu Qing... — chamou Feng Xin em seu ouvido, o beijando de forma bruta no rosto antes de o mordiscar na bochecha e chupar seu pescoço de novo.

Mu Qing apenas conseguiu soltar mais um gemido do fundo da garganta ao circular as pernas que Feng Xin ainda segurava, as apertando ao redor do quadril do outro para melhorar a posição.

O som dos corpos batendo eram altos, mas o sangue quente em seus ouvidos era mais. Os suspiros de Feng Xin eram mais. Ele se arrepiava e sentia prazer a cada vez que ouvia a voz rouca o chamar. Sentia seu membro pulsar a cada suspiro que Feng Xin soltava por suas unhas o arranharem sem piedade por toda a coluna e laterais do corpo cor de mel. Mu Qing gostava daquilo. Gostava de sentir que possuía poder. Gostava que ele o dominasse e que gemesse seu nome quando revidava o mordendo, arranhando ou puxando seu cabelo.

O tempo que podemos terWhere stories live. Discover now