Resolução: Parte 5

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[nome alternativo: E foi aqui que eu comecei a chorar. fiquem com deus.]

Depois de horas agradáveis com a família Mo e de ter conhecido a irmã mais nova de Wanli, Mo Fei, Feng Xin pensou que não teria oportunidade de conversar com Mu Qing, mas graças ao instinto de proteção de Mo Hesu — que não queria sua filha dividindo o quarto com um homem, mesmo ela sendo casada com ele — o deus agora estava dividindo o de visitas com um homem de cabelo branco birrento.

Era realmente algo muito admirável a capacidade de Mu Qing de ignorar Feng Xin daquele jeito!

Dentro do quarto de visitas, Mu Qing estava sentado na cama, de pernas cruzadas e penteando o cabelo distraidamente de olhos fechados, tentando desfazer as várias tranças que Wanli havia feito. Feng Xin podia jurar que ele fazia de propósito, mostrando que sua raiva era pra ele e não para a mulher, já que a deixou se aproximar normalmente. Ele havia ficado tão magoado com aquilo, que nem sequer notou os olhares que recebeu da família enquanto Wanli era próxima daquele jeito de Mu Qing.

Mas não era culpa de nenhum dos três. Foram tão bem acolhidos que agiam como se estivessem na sua própria casa, o que não era nada normal fora daquelas paredes da seita ChangYao. Afinal, que marido permite que a esposa se sente ao lado de outro homem e lhe penteie os cabelos de forma tão íntima? Mesmo para casais, era uma ação se reservava ao quarto!

Mas regras normais não se aplicavam a relação que existia entre os três e apenas restou a família Mo se sentir constrangida com a cena. Não que Feng Xin ligasse, estava com ciúmes e até torcia para que Wanli fosse repreendida em um desejo infantil.

Mas Mu Qing estava alheio a toda aquela frustração do homem e permanecia sereno em sua própria cama.

Em outros tempos Feng Xin teria alguma ressalva sobre se aproximar percebendo aquele mal humor, mas não estava com paciência naquele dia. O homem trancou o quarto e jogou um selo na porta, que impedirá todo e qualquer som de sair, Mu Qing sequer perceberia por estar sem seu poder espiritual, não que fizesse diferença também, se ele percebesse ignoraria por estar em seu momento de pirraça. Feng Xin se aproximou da cama do homem e o agarrou pelos tornozelos, o assustando e o obrigando a esticar as pernas.

— Feng Xin, mas que porra-... — começou Mu Qing, mas se calou quando Feng Xin se sentou sobre seu colo, de frente para ele e cruzou os braços. — O que?

— Eu que pergunto. — rebateu e Mu Qing virou o rosto. — Minha ernai está triste?

— Me chame de ernai de novo e-... — rosnou e Feng Xin o segurou pelas bochechas com apenas uma das mãos, pressionando os dedos em um lado e o polegar do outro, apertando e forçando Mu Qing a fazer um bico de peixe.

— E o que? Vai chiar? Vai gritar? Vai me ignorar? — questionou ele se aproximando de seus orelha. — Eu não vou deixar.

Mu Qing o olhou pelo canto do olho de forma perigosa, em um claro aviso para que Feng Xin se afastasse e não o provocasse, mas homem não estava interessado em se afastar. O deus de cabelos claros enrugou o nariz e moveu a cabeça bruscamente, se soltando e usou um braço para afastar Feng Xin dele, o colocando contra sua garganta.

— Não me toque desse jeito! — rosnou, mas Feng Xin apenas abaixou a cabeça e beijou o braço em seu pescoço. — Pare com isso! — ranhou Mu Qing o empurrando pelo ombro irritado e Feng Xin endureceu o corpo para não se mover.

Eles se olharam nos olhos por alguns instantes. Feng Xin tinha uma expressão séria e Mu Qing agora parecia assustado. Feng Xin ergueu a mão para o tocar no rosto e Mu Qing encolheu o corpo tentando fugir do toque virando a cabeça. Feng Xin soltou um suspiro e abaixou a mão.

O tempo que podemos terWhere stories live. Discover now