Segundo tempo

Capítulo 55

Atualização quentinha para melhorar a noite de terça-feira de vocês!!! Hoje temos musiquinha, uhuuu. A música acima é uma sugestão para ouvirem enquanto leem o capítulo. Se quiserem dar uma lida na letra também, além de linda, ela combina muito com os pensamentos e o clima geral do capítulo! Boa leitura. 

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Em algum momento nesta nova fase da vida, Yoongi parou de ter medo do que estava por vir e começou a simplesmente aproveitar um momento de cada vez. Ele não tinha admitido aquilo nem mesmo para Jungkook, mas a verdade é que, na noite em que disse sim para Namjoon (e para todos os sonhos envolvendo a gravadora em sociedade), ao deitar a cabeça no travesseiro, ficou apavorado. Chegou a se arrepender de ter respondido tão rápido, tão inconsequentemente rápido, gastou todas as horas da madrugada repensando as próprias ações, inseguro se estavam indo pelo caminho certo, se não era cedo demais ou um desperdício de tempo — e dinheiro.

Não teve coragem de falar sobre essas inseguranças com Namjoon, porque aquela gotinha de orgulho que enfeitava sua personalidade calma dizia que ele era o mais velho e deveria agir como tal. Assim, ficou vários dias meio que esperando Namjoon procurá-lo, uma mensagem dizendo para esquecer aquela ideia maluca, que aquele plano não passara de um delírio coletivo e para rasgarem as cartas de demissão entregues ao senhor Cho.

Mas Kim Namjoon não voltou atrás. Yoongi podia ser o segundo mais velho do círculo dos amigos, mas Namjoon quem era firme e confiável como uma rocha sólida em meio a um rio turbulento. Não era questão de inflexibilidade, mas uma confiança em si mesmo digna de quem entendia que, se não fosse lá e tentasse realizar os próprios sonhos e vontades, ninguém mais faria por ele. E como Namjoon não voltou atrás, aquela insegurança inicial foi gradativamente desaparecendo dos pensamentos de Yoongi, de forma que, quando começaram a procurar um estúdio para alugar, ele nem mesmo se lembrava que um dia, em uma noite qualquer de inverno, tinha perdido oito preciosas horas de sono pensando absurdos como voltar atrás da ideia de, aos vinte e sete anos de idade, começar a perseguir um verdadeiro — e mais antigo — sonho.

Meses depois, o fruto do seu sonho estava em andamento e, como Namjoon vivia comparando, estava "criando pequenas raízes que futuramente seriam espessas e profundas". Essa alegoria significava que não eles faliram no primeiro mês de inauguração da gravadora, o que era ótimo, e até ganharam um bolo em comemoração pelo primeiro mêsversário como empresários de sucesso devem ganhar (palavras de Jungkook, não dele). Eles também conseguiram contratar uma secretária excelente, tinham um advogado de confiança na lista de pessoas importantes para a Gravadora Cypher e alguns contratos com artistas já estavam em andamento — e o primeiro álbum que estrearia a produção da gravadora seria, obviamente, de Shin Suran.

Então, é, o sonho estava em andamento. E ao contrário do que vivenciou por bons anos na adolescência e na fase jovem adulto, Yoongi não mais estava sonhando acordado com o momento em que esse sonho estaria completo. Aquela mania de viver o presente exclusivamente para projetar o futuro perfeito e utópico nos seus pensamentos começava a desaparecer dos seus hábitos (e ele sinceramente esperava que isso nunca mais voltasse), e ele decidiu, junto a Namjoon, em um happy hour que organizaram de última hora no bar mais próximo da gravadora, que eles não colocariam uma meta fixa para esse sonho. Eles não queriam produzir, gravar e criar em função de chegar um dia em que olhariam para tudo que fizeram com a sensação de que pronto, tinham alcançado tudo que queriam. Tinham traçado a linha de chegada e tudo estava completo, acabado.

— Eu quero viver esse sonho em andamento até o dia que morrer. — Yoongi comentou com uma garrafa de soju a caminho dos lábios. Bebeu um gole longo e satisfatório, porque naquele dia em especial, o soju estava doce como nunca estivera antes. — Quero fazer música até morrer.