Capítulo 48

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Cinco minutos, Jungkook-ssi. — A voz controlada e confiante de Hwang Jungjin despertou o atleta dos próprios pensamentos turbulentos, trazendo-o de volta ao presente. Jungjin estava ali para representar toda a direção do Tigers, o seu topete discreto não tinha um mísero fio de cabelo fora do lugar e, ao encará-lo, Jungkook se sentiu um pouco infantil e inexperiente, vestido aquele terno formal e a gravata fora de moda que o sufocava. Já Jungjin, parecia completamente confortável e imponente com seu terno riscado e abotoaduras que Jungkook supunha custar um ou dois terços do próprio salário.

— Serão cinco repórteres e sete minutos de conferência, no máximo. — O olhar de Jungjin ficou mais duro, nem seu tom de voz, nem suas palavras negavam que aquilo não eram instruções, mas advertências.

— Peça desculpas, faça uma reverência polida e saia. Não responda nenhum tipo de pergunta, ouviu? — Jungkook assentiu positivamente, mas antes que pudesse formular uma resposta sonora, uma mão suave tocou o seu ombro, e a voz firme de Ahn Hyejin falou por si:

— Hwang-nim, acredito que meu cliente já compreendeu todos os direcionamentos de vocês, visto que discutimos essas pautas por duas horas ontem, exaustivamente. — Jungkook olhou para o lado, surpreso e apreensivo com o contraste entre as palavras afiadas e o sorriso doce da sua advogada. O cômodo destinado à entrevistas com a imprensa parecia pequeno demais para a luta de egos e olhares que o diretor do time e a advogada travavam, e a situação só deixou Jungkook ainda mais ansioso. Queria que os repórteres chegassem logo, que tomassem seus lugares e ouvissem Jungkook cuspir as desculpas sem fazer perguntas e que fossem enxotados dali o mais rápido possível, para que ele mesmo pudesse ir embora e dar um maldito fim àquela situação, e também àquela semana.

Por mais que fosse um alívio ter Hyejin cuidando do seu caso e oferecendo suporte e apoio, Jungkook estaria mentindo se dissesse que aquilo parecia ser o suficiente. Ele gostaria que Hoseok, Jimin, Yoongi, sua mãe ou qualquer outra pessoa próxima estivesse ali, oferecendo apoio e fortalecendo sua moral em algum canto discreto da sala, mas os diretores não aprovaram aquilo. É claro que o atleta não seria nem louco de levar Yoongi para um lugar daqueles, quando o vídeo dos dois foi justamente a causa daquele tumulto todo, mas não poder levar nenhum mísero amigo ou pessoa próxima de si... Foi decepcionante.

Mas ele não reclamaria, porque ao menos Hyejin, como sua advogada, tinha o direito de estar ali, e Jungkook sabia que ela estava fazendo seu melhor possível, desde o acordo que conseguira com os diretores, até a mão leve em seu ombro que demonstrava apoio.

Jungjin se afastou com um aceno rígido e se dispôs a conversar com a pequena equipe que terminava de organizar os assentos para as equipes de repórteres. Hyejin soltou um suspiro audível e caminhou até ficar frente a frente com Jungkook. O silêncio entre os dois não era exatamente desconfortável, mas também não era agradável. Hyejin até tinha tentado quebrar um pouco do profissionalismo engessado que sustentava os diálogos com o Jeon, mas Jungkook admitia que estava ansioso e travado demais para conseguir ser minimamente simpático. Ele só estava tão emocionalmente tenso e sobrecarregado, que não conseguia acompanhar um simples diálogo, não quando sua cabeça estava tumultuada com pensamentos negativos, preocupados e infelizes. Quando tudo aquilo acabasse, ele se certificaria de pedir desculpas pelo próprio comportamento a Hyejin, mas, por ora, ele apenas apreciava que ela fosse tão compreensiva e que ainda estivesse ali, certificando-se de que tudo daria certo e ajudando-o a enfrentar Jungjin e os outros diretores horríveis e cruéis.

— Sua gravata está torta. — Hyejin cortou o silêncio com um tom casual, apontando uma longa unha vermelha para o pescoço de Jungkook, que imediatamente levou as mãos ao local, desajeitado, e tentou consertar a maldita gravata.

Segundo tempoWhere stories live. Discover now