Capítulo 13

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Algumas horas antes.

Yoongi estava no meio de um sonho muito peculiar e agradável, onde ele era uma pedra e não precisava se preocupar com absolutamente nada, pois sua única função no mundo era ficar parado — e poxa, como ele estava gostando daquilo! — quando a pedra ao seu lado começou a falar, com uma voz comicamente semelhante à de Seokjin.

— Yoongi-ah, acorda. — O Min sentiu seu corpo de pedra ser balançado bruscamente, mas a pedra ao seu lado obviamente não tinha braços para fazer tal coisa. A voz de Seokjin continuou penetrando no seu mundo perfeito dos sonhos e, após alguns minutos sendo sacudido insistentemente, Yoongi finalmente percebeu que estava sonhando e começou a despertar.

— Eu odeio você. — Lutou contra a névoa de sono que envolvia seus pensamentos para pontuar, deixando claro que estava acordando mal humorado.

Ya, pare de ser mal agradecido! — Seokjin resmungou quando Yoongi já estava devidamente sentado na própria cama, olhando para os lados e tentando entender quem ele era, onde estava e qual sua finalidade ali, no planeta Terra. — Acabei de resgatar seu filho de uma possível morte, sabia? Ele estava em cima de uma cadeira, brincando com um pote de vidro que estava em cima da mesa da cozinha.

Yoongi bocejou.

— Ele é seu sobrinho. — Abriu um sorriso irônico para o mais velho. — É sua obrigação mantê-lo saudável, feliz e em segurança.

— Inacreditável — resmungou, caminhando na direção da janela para empurrar as cortinas e deixar a luz entrar. — Quando você disse que teria o dia de folga, achei que usaria para visitar sua mãe e não para hibernar e deixar o Taeshin livre 'pra colocar fogo na casa.

— Ele não alcança o fogão, nem os fósforos. — Yoongi pontuou pelo simples prazer de ver Seokjin exasperado. — E não estava nos meus planos apagar. Estávamos colorindo uns desenhos aqui na cama e eu acabei dormindo.

— Bem, isso explica muita coisa. — O tom do Kim ficou mais leve e ele tinha um olhar entretido que deixou Yoongi alerta. — A propósito, você fica muito bem de bigode verde. — Muito satisfeito com a visão dos olhos pequenos do mais novo se arregalando, Seokjin saiu do quarto quase saltitando, contente pelo estrago que tinha causado.

××

Quando Yoongi saiu de casa, carregava uma carranca enorme no rosto pelo esforço que precisou fazer para tirar a tinta de canetinha no próprio rosto e pela marca avermelhada que ficou acima do seu lábio superior, local onde Taeshin considerou um espaço formidável para riscar um bigode infantil. O céu já estava escuro quando o produtor musical retirou o carro da garagem, seu humor decaindo para o volume morto conforme se deparou com engarrafamento no caminho para o hospital.

O Min chegou ao hospital por volta das sete e meia. Passou pela recepção direto, cumprimentando as recepcionistas com um aceno de cabeça educado e seguiu pelos corredores claros e silenciosos sozinho, até finalmente chegar ao quarto de sua mãe. Mesmo que pai e filho dividissem as contas do hospital entre si, ainda não conseguiam pagar um quarto individual para Min Iseul, e Yoongi precisava admitir que sua frustração aumentava um pouquinho mais toda vez que abria a porta do quarto e se deparava com a família da outra paciente que dividia o quarto com sua mãe, ali.

Ele cumprimentou-os de qualquer forma, antes de seguir para a cama onde Iseul estava sentada, entretida com algum drama da televisão.

— Yoongi-ah! — A mulher saudou calorosamente, um sorriso doce nos lábios. — Você não avisou que viria hoje.

Segundo tempoWhere stories live. Discover now