Capítulo 3

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Jungkook nunca sentiu seu rosto tão quente e vermelho quanto aquele momento.

Não eram raras as vezes que Hyerin o fazia querer se enfiar em um buraco, a diferença é que agora ela o fez desejar, mais do que qualquer coisa, se enfiar em uma gruta muito escura e sumir por lá. Como sempre, a menina nem sequer percebeu que o pai estava praticamente morrendo por sua causa e continuou encarando Yoongi com os olhinhos escuros.

O músico a encarou confuso por alguns instantes e olhou de relance para Jungkook, que tinha os olhos em qualquer lugar que não fosse Yoongi, antes de sorrir para a pequena Jeon e perguntar em um tom calmo:

─ E como você sabe que eu toco piano, mocinha?

─ Eu que contei, papai. ─ A resposta veio de Taeshin, que encostara a cabecinha no ombro do pai e bocejou. O dia fora incrivelmente cheio e o menino já estava cansado, queria ir para casa. ─ Você pode ensinar aquela música bunita que toca pa mim lá na sala legal do seu trabalho.

Yoongi passou a mão na testa do filho para afastar o cabelo dos olhinhos cansados. Ele não estava mais suado e o nariz vermelhinho indicava que andara chorando durante a ausência do pai.

─ O moço vai me ensinar ou não? Eu cuidei do Tae! Papai sempre me dá presentes quando eu sou uma boa menina! ─ A voz de Hyerin fez Yoongi voltar seus olhos para a menina impaciente.

─ Hyerin! ─ Jungkook repreendeu antes de se curvar levemente em um pedido de desculpas e dizer: 

─ Me desculpe por essa peste mal criada. Às vezes eu acho que devo ter feito algo de muito errado em uma vida passada para ela ser assim.

Yoongi o achou uma graça. O Jeon era um tanto mais alto que ele e, pelo o que sabia das coisas que Jin falava, ele era mais novo, o que surpreendeu o músico por um jovem adulto já ser pai de uma criança mais velha que Taeshin. Acima disso, o que lhe chamara a atenção fora sua aparência porque, é claro, Yoongi notara o quanto o jogador era bonito. E, não, ele nunca diria isso em voz alta.

O rosto de Jungkook estava absurdamente vermelho e tornou-se ainda mais quando ergueu os olhos para o mais velho e o encontrou sorrindo. O sorriso de Yoongi não era como o do Jeon ─ cheio de dentes e o que fazia parecer um coelhinho ─ e sim cheio de gengiva, o que o fazia parecer uma criança quando sorria.

Não que Jungkook houvesse reparado.

─ Está tudo bem. ─ Yoongi disse, abraçando Taeshin com mais firmeza, já que este desistira da conversa que acontecia ali e resolveu adormecer nos braços do pai. ─ Você quer ser uma artista quando crescer, Hyerin?

A menina pareceu ponderar o fato por alguns instantes e acabou dando de ombros.

─ Eu queria ser que nem o meu papai, mas ele não deixa eu jogar nada porque não consigo respirar direitinho quando tô jogando. ─ A menina desatou a falar com os olhos grudados no rosto de Yoongi, feliz pela atenção que estava recebendo do moço bonito. ─ Aí eu vi uma moça tocando piano na minha escolinha e quero ser que nem ela. Você pode me ensinar? ─ insistiu na pergunta.

─ Meu amor, o Yoongi-ssi deve ser ocupado. Vamos deixá-lo levar o Tae para casa. ─ Jungkook insistiu com a filha, que transformou os lábios em um bico.

─ Mas eu quero aprender piano, papai! ─ A Jeon protestou e cruzou os bracinhos.

Yoongi retirou um pedacinho de papel do bolso, com seu nome e número pessoal, e o estendeu para Hyerin. Andava com cartõezinhos daqueles desde que Namjoon e ele haviam decidido começarem a investir em si mesmos, ao invés de apenas ceder sua música para alheios, e embora aquele não fosse o tipo de investimento ao qual se referiam, ainda era um investimento.

Segundo tempoTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang