Capítulo 16

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Jungkook não estava ansioso, muito longe disso.

Ele não cancelara todos seus compromissos do dia, muito menos começara a arrumar Hyerin quase duas horas antes do combinado com Yoongi, nem estava caminhando de um lado para o outro do seu quarto tentando lembrar se o que procurava era o seu par de Converse ou a jaqueta jeans de lavagem clara que tinha o nomezinho da filha bordado pequeno no bolso — um presente de Dia dos Pais — e, muito menos, parando de cinco em cinco minutos à frente do espelho grande do quarto para avaliar se estava tudo em ordem: o cabelo estava partido no meio, deixando parte da sua testa amostra e a camisa branca não tinha nenhuma mancha.

Achou os tênis e largou-se na cama para calçá-los, parando mais uma vez em frente ao espelho para se certificar de que tinha a cara de alguém que estava saindo para um encontro casual e não estava nenhum pouco nervoso com isso. Talvez se sorrisse com um pouco menos de nervosismo, convenceria os demais.

O atleta respirou fundo. Não estava ansioso. Tinha tudo sobre controle.

— Papai, o Yoongi oppa e o Tae chegaram! — Hyerin entrou saltitando no quarto, vestida na jardineirazinha azul com uma camisa amarela e o tênis rosa bebê, o que a fazia uma cópia de um Minion.

Jungkook sentiu seu coração disparar e todo o autocontrole que achou ter tido durante o dia inteiro simplesmente escapuliu para algum lugar muito longe de seu alcance e ele se viu correndo de um lado para o outro buscando a jaqueta, seu celular e a carteira, tentando se lembrar de passar perfume ou simplesmente não querendo surtar.

Era só um encontro casual. isso. Nada demais.

— Vai abrir a porta para eles, Rin-ah — pediu a filha e, assim que a menina virou-se para deixar o quarto e obedecê-lo, largou um grito esganiçado que a assustou. — Não, espera! Nós vamos saindo logo. Eu só tenho que achar meu celular e...

— Está na sua mão, papai. — Hyerin apontou confusa com o quão agitado seu pai estava. Será que ele tinha comido os doces da geladeira? Sempre dizia que Hyerin não podia comê-los demais porque isso a deixava agitada, talvez fosse isso.

Oh, verdade. Certo, vamos. — Jungkook agarrou a mão da menina e começou a puxá-la em direção a saída da casa, antes de parar no meio do caminho. — Calma, eu peguei minha carteira? Peguei. Certo. E sua bombinha, Rin? Cadê?

— Na mochilinha que você fez, papai. — A menina apontou para a mochila abandonada no sofá e Jungkook correu para apanhá-la.

Enquanto isso, Hyerin certificou-se de tentar lembrar-se de falar com seu tio Hobi mais tarde sobre o pai está comendo doces demais para que ele pudesse brigar com o atleta do jeitinho que fazia quando a menina o desobedecia.

Os Jeon deixaram a casa com um Jungkook suando frio e tentando manter um sorriso nervoso no rosto, enquanto arrastava uma Hyerin muito animada e saltitante pela mão. A pequena também estava muito ansiosa, mas, diferente do pai, tinha total liberdade para expressar isso.

— Yoongi oppa! — Hyerin largou-se da mão do pai para que pudesse correr para os braços do produtor musical, encostado na porta do passageiro. Pela janela do banco traseiro, Taeshin enfiou a cabecinha para fora com um sorriso quase tão grande quanto o da menina.

Yoongi abaixou-se para aceitar o abraço da Jeon e Jungkook congelou exatamente onde estava, encarando a cena com seu coração quase abrindo caminho para fora do peito a força. Sua vontade era de congelar aquele momento para sempre, cada detalhe dele, que iam de Hyerin na ponta dos pés nos tênis rosa ao Min sorrindo gentil para as palavras animadas que a menina proferia.

— Aí o papai passou um tempão no quarto se arrumando, eu até achei que ele tinha dormido. — O atleta despertou do seu devaneio ao ouvir as palavras da filha e saiu correndo para que pudesse impedi-la de abrir ainda mais a boca para coisas constrangedoras.

Segundo tempoWhere stories live. Discover now