Capítulo 35

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Jungkook dormia em um sono confortável e sem sonhos, quando um barulho irritante e incessante o despertou suficiente para entender que se tratava do celular.

Tateando a mesa de cabeceira às cegas e derrubando alguma coisa no processo, o jogador finalmente encontrou o aparelho responsável por atrapalhar seu sono, e abrindo os olhos pesados e lacrimejantes, conseguiu identificar que se tratava de uma ligação, e não do despertador.

Huhhhhhh? — resmungou ao atender, enfiando o telefone embaixo da orelha que estava apoiada no travesseiro. Jungkook esticou o corpo na cama, bocejando aviadamente e trazendo o corpo encolhido de Yoongi para mais perto de si.

Certo. É claro que Yoongi estava ali. Jungkook não estava muito bem localizado devido ao sono e cansaço, mas se lembrava do básico: viagem exaustiva, cama confortável, hora de dormir. E ele se lembrava de Yoongi, sempre se lembraria, o cheiro gostoso do mais velho embalou-o durante todas as horas de sono daquela primeira noite, impossibilitando-o de ficar perdido porque sua presença não seria facilmente esquecida, não passaria despercebido.

Não por Jungkook. Nunca por Jungkook.

— Ei, Jungkook-ah? 'Tá acordado? — A voz do outro lado da linha questionou e o atleta fez uma careta, encolhendo o corpo. Ao seu lado, Yoongi ressonava baixinho.

Mmmmmn. — Foi o que conseguiu responder, mas na sua cabeça a mensagem havia sido clara: vá embora. Quero dormir.

— Hyung, pode ir acordando e se arrumando. Marcamos de nos encontrar na cozinha às nove, lembra? Se não, não vamos conseguir cumprir a programação que Seokjin-ssi organizou e...

Jungkook desligou o telefone. Não fora de propósito, o telefone escorregou do travesseiro e caiu na cama e, ao tirar a mão da cintura de Yoongi para pegar o aparelho, clicou no botão vermelho sem querer. Não foi de propósito, mas fora uma ótima ação, porque agora podia voltar a dormir sem Taehyung lhe cobrando qualquer coisa.

Adormeceu novamente com facilidade, mas sua paz não durou muito tempo. Não durou porque o celular começou a tocar novamente, não era uma música chata como anteriormente, mas uma vibração irritante que parecia sacudir seu corpo de dentro para fora. Irritado, puxou o aparelho da cama apenas para perceber, confuso, que não se tratava do seu celular. Olhou para os lados, perdido. O quarto estava escuro, mas havia um brilho na mesinha de cabeceira do lado de Yoongi.

— Hyung — chamou com a voz rouca e falha. Empurrou o ombro do mais velho com cuidado, recebendo um resmungo inteligível. — É o seu telefone.

— Não tenho telefone. — A voz baixa e grossa do namorado falou e, mesmo com sono, Jungkook deu risada. Enfiou-se embaixo de coberta e a cabeça embaixo do travesseiro, decidindo que estava cansado demais para levantar por conta própria e desligar o maldito aparelho. Minutos depois escutou o mais velho xingando um palavrão que renderia a Hyerin várias moedas, caso ela tivesse escutado e, em seguida, uma conversa baixa e irritada:

O quê você quer?

— Não, não vou levantar agora. Min Yoongi não está disponível, deixe seu recado após o sinal. Este é o sinal.

Uma comoção na cama alertou-o que Yoongi havia deitado novamente e, tirando a cabeça debaixo do travesseiro, Jungkook sussurrou:

— Nós deveríamos levantar.

Yoongi inclinou em sua direção, os olhos pequenos engolidos pelo inchaço e as bochechas gordinhas cheia de marcas do travesseiro. Jungkook pensou que ele era lindo, mesmo ao acordar, e talvez teria ficado bravo com a perspectiva da beleza injusta de Min Yoongi, se não estivesse com tanto sono. O produtor deixou um beijinho na sua testa e puxou-o para si, a cabeça de Jungkook deitada na curva do pescoço e os braços do mais velho rodeando seus ombros ao dizer:

Segundo tempoWhere stories live. Discover now