Capítulo 28

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Segundo o GPS, o caminho do apartamento de Yanghee até o ginásio do clube não levava mais do que quarenta minutos, mas, para Jungkook, parecia ser uma eternidade.

Fazia menos de vinte minutos que a Choi mandara mensagem informando que já havia saído de casa e estavam a caminho. O atleta podia muito bem esperar na recepção do prédio, sentado relaxado no sofá confortável e aproveitando o friozinho agradável do ar condicionado, mas estava tão ansioso para rever a filha que não se conteve e precisou sair para esperá-la no estacionamento mesmo.

Não era como se Hyerin tivesse passado longos dias longe do pai, muito pelo contrário. Quase um mês depois da mudança de Yanghee, Jungkook precisou de muitas conversas com sua mãe — a qual não tinha gostado nada de saber que Yanghee estava de volta definitivamente e passara um fim de semana na casa do filho, enchendo-o com questionamentos sobre a situação, sendo apoiada por um ainda revoltado Taehyung, até ambos finalmente se conformarem —, autoanálises e tanto Yoongi quanto Hoseok garantindo-lhe que tudo ficaria bem, para deixar a filha passar mais do que algumas horas com a mãe. Aquela tinha sido a primeira noite que a menina dormiu na casa de Yanghee.

Tudo bem, Jungkook só foi deixá-la no apartamento da mulher quase no fim da tarde, ligou diversas vezes antes do horário de dormir da filha e pediu para Yanghee deixar a menina no clube — onde estaria para alguns exames finais e receber sua alta do atestado — quando a moça poderia muito bem levá-la direto para casa, mas o que ele podia fazer? Não ia negar que era um pai chato, grudento e um tantinho superprotetor e precisava ver sua garotinha para acalmar o coração inquieto desde o momento que a deixara com a mãe no dia anterior.

O tempo se arrastou cruelmente até que o Jeon finalmente avistasse o carro de Yanghee adentrando o estacionamento. Suspirou, retirando toneladas dos ombros, quando Hyerin saltou do veículo e veio correndo em sua direção atrapalhada por estar com sua nova obsessão em mãos: um solzinho de pelúcia um pouco grande que Hoseok tinha visto no shopping e achado a coisa mais adorável do mundo, dando-o de presente para a enteada.

— Papai! — Hyerin o cumprimentou alegre e com um sorriso de orelha a orelha, jogando-se em seus braços quando Jungkook abaixou-se para recebê-la em um abraço.

Apertou-a forte contra si, inalando seu perfume que cheirava a algodão doce e ele sempre reclamava — diferente da filha — porque o aroma doce demais afetava seu olfato sensível, mas, naquele momento, era o melhor cheiro do mundo inteirinho. Precisou soltá-la alguns segundos depois porque a menina começou a reclamar de estar sendo sufocada e tudo o que Jungkook pôde fazer foi rir sem graça e encher seu rosto pequeno de beijos.

— Aigoo, papai, você está melando meu rosto! Para! — Hyerin afastou-se com um bico emburrado.

— Então você ainda está com esse negócio feio? — indicou a pelúcia em seus braços e não recebeu uma resposta da menina e, sim, de Yanghee:

— Achei ele fofo demais para me livrar.

A mulher estava parada um pouco atrás da filha e tinha a mochila com as coisas dela em mãos. Ela sorriu em cumprimento para Jungkook e este retribuiu hesitante, se lembrando das palavras de Hoseok, aconselhando-o a ser paciente e gentil com a Choi porque, obviamente, discussões e um relacionamento ruim não fariam bem a Hyerin e ela era a maior prioridade de todas naquela situação. Mas aquilo não impediu Jungkook de puxar discretamente a filha pelos ombros para perto de si ao se levantar e a culpa desse ato era exclusivamente do fato dele ser um pouquinho ciumento. Só um pouquinho.

— Ninguém vai se livrar dele e ele não é feio! — Hyerin protestou irritada com as hipóteses e acusações absurdas dos dois adultos, e recebeu risadas dos pais em resposta.

Segundo tempoWhere stories live. Discover now