Capítulo 22

2K 263 270
                                    

— Você está se comportando, Rin-ah? — Jungkook perguntou no telefone, enquanto deixava o vestuário, onde o barulho dos seus colegas de time não permitia ouvir sua filha do outro lado da linha, e parou no corredor.

— Claro que estou, papai. — Hyerin respondeu rápido demais.

— Jeon Hyerin. — O atleta retrucou em um tom de aviso e ouviu a risadinha da menina, o que provavelmente não significava coisa boa.

—'Tô sim! Pode perguntar a Suran unnie. Eu até almocei todinho e ela não cozinha bom, não — sussurrou a última frase, fazendo o pai imaginar que Suran deveria estar por perto.

— Ela não cozinha bem, filha. — Jungkook a corrigiu com um sorriso mais tranquilo por saber que sua filha estava bem.

— Como você sabe, papai? — O tom da menina era confuso e o Jeon riu com sua ingenuidade.

— Esquece. E o Taeshin? Ele está melhor?

Jungkook ouviu os passos da sua filha correndo antes da voz dela dizer longe do celular "Fala com o papai, Tae!" e logo a vozinha esganiçada e baixa de um Taeshin doente tomou a audição do atleta:

— Oi, hyung. Cadê meu papai?

O Jeon não respondeu imediatamente. O antigo frio em sua barriga e o arrepio nos braços sempre quando a imagem de Yoongi surgia em sua mente o fez ficar um tanto desorientado por alguns segundos. Naquela vez, era um pouco diferente porque imaginar o mais velho na arquibancada, com a camisa de beisebol que Jungkook tinha dado de presente — claro que ele dera uma para Seokjin, Namjoon e Jimin também, mas Yoongi era o verdadeiro alvo —, a carranca indignada no rosto e procurando-o com os olhinhos pequenos causava mais ansiedade do que a partida em si.

-— Ele está lá fora. Como você está, Tae-ah? Almoçou direitinho? — Finalmente voltou-se para o telefone e perguntou.

— Não consegui comer todinho porque minha barriga 'tá dodói, mas a noona me deu um remédio ruim que fez ficar melhor. — Taeshin dizia e a voz desanimada do menino fez Jungkook sentir-se um tantinho mal. — Eu quero falar com meu pai, hyung.

— Não tenho como achar ele agora, Tae, mas vou dar um jeito, tudo bem? Você pode dar o celular de volta para a Hyerin?

Logo, Hyerin estava na linha novamente.

— Eu 'tô cuidando direitinho do Tae, papai, prometo. — A menina disse imediatamente.

— Eu sei, meu amor. Faz um favor para mim? — Nesse momento, a porta do vestuário abriu-se e Yugyeom enfiou a cabeça para fora, chamando-o com um gesto de mão para poderem se reunir. Jungkook assentiu e voltou sua atenção a ligação quando Hyerin perguntou:

— O que é?

— Peça a Suran-ssi para ligar para o Yoongi hyung, certo? O Tae quer falar com ele. Eu tenho que ir agora, amor. Não é para dar trabalho, hein? — Jungkook começou a andar de volta ao vestuário e, antes de encerrar a ligação, disse:

— Te amo, Rin.

— Tá bom, papai. Também te amo. — E a menina mesmo desligou a ligação do pai.

Ainda com o celular em mãos, Jungkook reparou mais uma vez na mensagem deixada pela mãe de Hyerin no dia anterior, avisando-o que já estava com sua passagem comprada, a qual ele ainda não conseguira responder. Tinha prometido a si mesmo que se preocuparia com aquele problema outra hora, mas não conseguia deixar de sentir a pontada incômoda em seu peito toda vez que a lembrança o atingia.

Já fazia uma semana desde a ligação de Yanghee e, até o momento, apenas Hoseok sabia. Taehyung andara a semana ocupado, então não participara da pequena conversa com o Jeon no dia em que ele voltara do hospital após a visita a Min Iseul. Além disso, o Kim morria de ciúmes e raiva de Yanghee — ele sempre passava horas reclamando quando a mulher vinha visitar Hyerin e passava o dia com ela — e a última coisa da qual Jungkook precisava era o moreno amaldiçoando a mãe da sua filha a cada respirada do dia. Contar a sua própria mãe também estava fora de cogitação por enquanto, era capaz da mulher querer vir fazer morada na casa do filho apenas para garantir que tudo ficaria bem.

Segundo tempoWhere stories live. Discover now