✧❦Cap 89❦✧

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(N/A: Esse capítulo será narrado)

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Quando Mara, João e Sandra chegam na casa de Mara, Mara vai direto para a cama, dormir. João e Sandra ficam na sala de estar, em um silêncio confortável. Sandra está de pé ao lado da porta que dá acesso à cozinha, com os braços cruzados sob o peito. Já João, está sentado no sofá.

João é o primeiro a falar:

— Você sabia?

— Sabia o quê? — Sandra perguntou.

— Sobre eu e Mara. — João disse.

— Não. Há algo que eu deveria saber? — Sandra perguntou, caminhando até João, e sentando-se ao lado dele no sofá.

— Bem, sim. Eu e Mara íamos nos casar no Olimpo, afinal. — João resmungou.

— Com licença!? — Sandra perguntou, arregalando os olhos. — Isso não faz sentido nenhum. Você enlouqueceu?

João assente para si mesmo, depois diz:

— Então, você realmente não sabe.

— Não sei do quê?

— Eu irei explicar à você. — João fez uma pausa, depois prosseguiu: — Eu e Moon nos conhecemos em uma reunião no Olimpo décadas atrás. Ela é a mulher mais bonita, por dentro e por fora, que eu já conheci. Ela é bondosa, gentil, tem um sorriso lindo, e brilha como a lua. — Ele riu baixinho, acrescentando: — Deve ser por isso que eu a apelidei de “Moon”, naquela época. Eu estou surpreso que ela ainda use o apelido, mesmo não se lembrando completamente de mim. — João suspirou, depois continuou: — Eu e Moon nos tornamos amigos, depois melhores amigos, depois namorados e, finalmente, noivos. Nós estávamos felizes para caralho juntos. Ela trouxe à tona o melhor de mim. Eu quis me tornar alguém melhor, por causa dela. Nós estávamos realmente felizes. No entanto, a nossa felicidade incomodava alguém. A nossa felicidade incomodava o meu pai, e nunca deixará de incomodar.

— Mara é realmente uma ótima semi-deusa. Portanto, faz sentido que Hades não tenha gostado nenhum pouco do seu relacionamento com ela. Hades sempre gostou de tudo que era ruim, e Mara estava longe de ser ruim. — Sandra comentou.

— Você está certa, Afrodite. Continuando... Eu pedi Moon em casamento, e o meu pai não gostou nenhum pouco. Dois dias antes do meu casamento, ele apagou todas as memórias que eu tinha com Mara, e todas as memórias que Mara tinha comigo.

Amargamente, Sandra disse:

— Se o que você estiver dizendo for verdade, então, ele não apagou apenas as suas memórias e as de Mara, como também apagou as memórias de todos os deuses. — Ela suspirou, acrescentando: — Zeus ficará furioso se souber disso!

— Você está certa. — João disse. — O que nós faremos agora?

— Nós devemos investigar um pouco mais sobre isso, e não comentar nada com ninguém até que seja a hora certa. — Sandra disse. — E, quanto à Mara, eu quero que você cuide dela. Não é todo dia que uma semi-deusa ressuscita. Ela precisa de companhia agora, mais do que nunca.

— Quanto a isso, você pode ficar despreocupada. Eu não pretendo sair do lado dela, a não ser que ela me peça para ir. — João prometeu.

Sandra aponta para ele, dizendo:

— Eu estou confiando em você com isso.

Sandra levanta-se do sofá, caminhando em direção à porta. No entanto, ela para ao escutar a voz de João:

— Para onde você está indo?

Sandra responde:

— Eu irei avisar à Malena que Mara está de volta. Eu voltarei pela manhã para saber se está tudo bem por aqui.

Dito isso, Sandra sai porta afora, deixando João sozinho na casa, com Mara.

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Agora, já são oito horas da manhã. João passou a noite inteira acordado, lendo um livro para passar o tempo. Depois, quando ele percebeu que já havia amanhecido, ele foi para a cozinha, preparar o café da manhã.

Quando Mara adentra a sala de jantar, ainda vestida com o seu pijama, ela se surpreende ao ver a sua mesa de jantar já posta, repleta de comida. Ela vai até a cozinha, deparando-se com João, que está em pé em frente ao fogão, de costas para ela.

— Você ficou acordado a noite inteira? — Mara perguntou.

Um sorriso forma-se nos lábios de João ao escutar a voz de Mara. Ainda de costas para ela, ele responde, enquanto cozinha:

— Sim. Quando eu percebi que estava amanhecendo, eu decidi fazer o café da manhã. É o mínimo que eu poderia fazer por você.

— Não é verdade. — Mara disse, caminhando até João. — Você fez muito por mim. Você foi buscar a minha alma no Tártaro, e me trouxe de volta à vida.

— Eu poderia ter feito mais. Eu poderia ter impedido a sua morte. — João disse, taciturno.

— Você fez tudo que pôde. Não é culpa sua que você não tenha chegado a tempo. Nada daquilo foi sua culpa. — Mara disse, firmemente.

João sorri minimamente, dizendo suavemente:

— Você está de volta. Isso é tão reconfortante.

Mara apoia o cotovelo na bancada, encarando João com extrema atenção. João ri baixinho, perguntando em um tom de brincadeira:

— Por que você está me encarando? Eu sou muito bonito?

Mara bufa, depois diz:

— Eu iria dizer que você mudou. Entretanto, depois dessa pergunta, eu acho que você continua o mesmo.

— Do que você está falando? Eu sou um cara renovado! — João brincou, desligando o fogo.

Enquanto João caminha pela cozinha em busca de um prato, ele escuta Mara dizer:

— Não “renovado”. Apenas… um pouco diferente.

— Se você diz, quem sou eu para discordar? — João perguntou, encolhendo os ombros enquanto pega um prato de vidro no armário.

— Eu não sei. Talvez você seja a pessoa sobre quem eu estou falando, e que tem total direito de dizer que eu estou errada? — Mara perguntou de volta.

— Talvez.

João coloca a comida que estava cozinhando poucos minutos atrás no prato, e começa a caminhar até a sala de jantar. Mara o segue em silêncio, aproveitando o calor da manhã.

João e Mara sentam-se à mesa, um de frente para o outro, começando a tomar o café da manhã.

— A minha empresa. Como ela está? — Mara perguntou, após tomar um gole de café.

— Malena está cuidando dela por você. — João respondeu.

— E ela? Como ela está?

— Ela sofreu muito com a sua morte, mas permanece firme e forte. Sandra me disse ontem à noite, enquanto você dormia, que contaria à Malena que você está de volta.

Mara assente.

— Eu tenho tantas perguntas… — Ela disse.

— Eu sei que você tem, e eu responderei todas elas com o maior prazer. — João disse gentilmente. Depois, ele bateu palmas duas vezes, como se já não tivesse ganhado a atenção de Mara completamente, e disse: — Agora, vamos tomar o café da manhã. Você terá um longo dia pela frente, Moon.

Mara riu baixinho ao escutar o apelido, e assentiu. Em silêncio, eles voltam a tomar o café da manhã.

A Sereia - JotakaseWhere stories live. Discover now