✧❦Cap 47❦✧

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— Você acha?

Jv - Desculpe, não, eu não acho. Eu te devo um pedido de desculpas. Melhor? - Indagou e eu permaneci em silêncio. - Me desculpe por não ter te contado a verdade antes, mas eu não sabia como te contar isso. Eu não sabia como te contar que a droga do sobrenatural existe, e muito menos como te dizer que você não é humano. Eu confesso que estava esperando uma reação muito pior do que essa que eu recebi. Eu estava esperando que você surtasse, gritasse, fizesse um escândalo, sei lá! Eu entendo que você tenha perguntas, muitas delas, e eu estou disposto a respondê-las, e novamente: me perdoe por não ter te contado isso antes.

— Tudo bem, eu aceito as suas desculpas.

Jv - Então... Estamos bem?

— Sim. Nós estamos bem, e a propósito, eu falei com a Mara e ela me disse para eu te entregar um recado.

Jv - E o que seria?

— Ela disse que está vindo buscar algo que a pertence.

Jv - Aqui não tem absolutamente nada que a pertença. - Falou ríspido.

— Você tem certeza? - Arqueei uma sombrancelha.

Jv - Absoluta, e caso ela esteja falando sobre O Punhal, aquilo não a pertence mais.

— Que punhal? - O João desapareceu e reapareceu com um punhal na mão.

Jv - Esse punhal.

— O que isso faz?

Jv - Essa é a única arma capaz de matá-la. - Falou e eu arqueei uma sombrancelha. - Ela é imortal.

— Bom, se esse punhal pode matá-la, ela não é imortal.

Jv - Pensando por esse lado, sim, ela não é imortal.

— Como você conseguiu isso?

Jv - Eu fiz um acordo com o Mikhael pouco tempo atrás, eu suponho que ela tenha te contado o que eu fiz com ela. - Falou e eu assenti. - Pois bem, eu fiz um acordo com ele, ele me dava esse punhal e eu tirava a Mara do aquário. - Sorriu de lado. - Ele aceitou. Ele cumpriu a parte do seu acordo, me entregando o punhal e eu cumpri a minha parte, tirando a Mara do aquário.

— Por que você fez isso com ela?

Jv - Eu não posso dizer que teve apenas uma intenção em fazer aquele fiasco, mas uma delas foi que você me pediu para fazer aquilo com ela, você queria vê-la sofrer dia após dia.

— O que?

Jv - Vamos lá! Ela te falou, não foi? Do seu ódio por ela.

— Sim, mas-- - João me interrompeu antes que eu pudesse continuar.

Jv - Você vai me dizer que não a odeia mais, e que não sente mais vontade de deslizar esse lindo punhal pelo pescoço dela. - Falou e o Jv percebeu que o meu olhar estava direcionado para algo atrás dele. - Ela está atrás de mim, não está? - Disse e olhou por cima do ombro, e então viu Mara atrás dele. - Sereia-Dragão, o que você está fazendo aqui? - Sorriu sarcásticamente.

Moon - Você está envenenando as pessoas contra mim? Eu achei que nós já tivéssemos passado dessa fase. - Ignorou a pergunta feita pelo Jv. - Me devolva.

Jv - Agora ele me pertence, faz parte do acordo. Eu não vou “devolvê-lo” para você.

Moon - Eu só vou falar mais uma vez. - Apertou o punhal feito de prata nas sua mão. - Me devolva. - Falou ameaçadoramente.

Jv - Mara, querida. Eu não vou te devolver a sua lâmina forjada pelos Deuses só porque você me pediu com jeitinho. - Zombou. - Entenda, eu não vou te devolver esse maldito punhal. - Disse e em um momento ele estava segurando o punhal, e no outro ele estava sendo pressionado contra a parede com um punhal de prata no seu pescoço. - Você realmente acha que esse punhal que está comigo é o verdadeiro? Por que eu traria o seu amado punhal para tão perto de você? Para te provocar? Te mostrar que não o possui mais?

Moon - Aonde ele está? - Mara exigiu e como não recebeu resposta, pressionou a lâmina mais forte no seu pescoço. - Aonde ele está? - Rosnou.

Jv - Bem longe de você. - Jv cuspiu. - Como o seu punhal ficaria em forma de balas? Seria mais eficiente. - Falou e sorriu ao sentir um filete de sangue escorrer do seu pescoço. - Seria mais divertido. - Falou e empurrou Mara, trocando as posições e tomando a lâmina da sua mão, logo pondo no pescoço de Mara. - Veja, não é tão divertido quando você está por baixo.

Moon - Você acha divertido derreter um punhal tão importante e transformá-lo em poucas balas?

Jv - Seria um risco que eu não estou disposto a correr, Moon. Transformar aquele punhal em poucas balas não me daria muita vantagem contra os meus inimigos. Confie em mim, eu não posso correr esse risco.

Moon - Confiar em você? Você está me pedindo para eu confiar em você depois do que você fez? Realmente? - Indagou incrédula. - Eu não posso confiar em você. Você é extremamente não confiável, a minha cabeça grita a cada cinco minutos para esfaqueá-lo no abdômen. Eu não posso confiar em você.

Jv - Sim, você não deveria. Eu realmente não sou alguém confiável, mas já que você não pode confiar em mim, então pelo menos me escute. Primeiro: Derreter o punhal em balas não me daria muitas vantagens, - Invadiu o espaço pessoal de Mara. - segundo: Eu não vou matar você, ou te prejudicar, nós já passamos dessa fase. - Encarou os olhos castanhos de Mara. - Terceiro: Eu sei que você acha que eu não sou confiável, mas tente me escutar por pelo menos uma vez.

“Esse cara nunca ouviu falar sobre espaço pessoal? - Pensou Mara.”

Moon - Por que você fez aquilo?

Jv - Aquilo o que? - Franziu o cenho e afastou o rosto do de Mara.

Moon - Não se faça de idiota João, você sabe do que eu estou falando. Por que você me colocou naquele maldito aquário?

Jv - É só que-- - Se interrompeu rapidamente. - Não importa. - Falou.

Moon - Mas é claro que importa! - Falou sentindo o aperto da lâmina afrouxar do seu pescoço.

Jv - Eu realmente não posso te dizer.

Moon - Como assim “Eu realmente não posso te dizer”? Você me manteve trancada por semanas e quando eu pergunto o motivo você simplesmente diz “Eu realmente não posso te dizer”?! - Indagou incrédula. - Você está brincando comigo? - Indagou irritada.

Jv - Não, eu não estou. - Falou sério e se afastou da Sereia. - Eu realmente não posso te dizer, porquê não há um motivo. - Mentiu.

Moon - Você está mentindo.

Jv - Talvez. - Deu de ombros. - Sai da minha casa. - Falou ríspido.

Moon - Você não pode esconder isso de mim para sempre, João Victor, e quando eu encontrar, eu te prometo que não serei gentil. - Falou e desapareceu logo em seguida.

Jv - Eu achei que nós também passamos dessa fase de usar o nome composto. - Falou sarcásticamente olhando para o espaço vazio que antes estava a semi-deusa.

A Sereia - JotakaseWhere stories live. Discover now