✧❦Cap 74❦✧

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(N/A: Esse capítulo será narrado)

Assim expira o mundo
Não com uma explosão, mas com um suspiro.” — T. S. Eliot

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Após João sair da casa, ele havia ficado novamente de plantão escondido na floresta ao redor do castelo dos vampiros. Ele observou cada movimento que acontecia fora do castelo, alguns vampiros e lobisomens saíam e entravam apressadamente, porém nada de incomum havia acontecido naquela manhã.

Quando chegou a tarde, Lívia entrou no castelo, porém não antes de lhe dar uma piscadela rápida. Ao contrário de quando eles se encontraram de manhã na cozinha, agora Lívia estava com as roupas e cabelo arrumados, maquiagem feita e totalmente sóbria.

Assim que Lívia passou pelos portões do castelo ela foi recebida por Cauê, este que estava com um sorriso enorme nos lábios. Um vampiro se ofereceu para pendurar o seu sobretudo porém ela apenas acenou com a cabeça, recusando a oferta.

— Por que você está tão sorridente? — Lívia perguntou para Cauê.

Cauê gentilmente segura as suas mãos e sela os seus lábios contra elas brevemente, Lívia as puxa com uma careta de nojo e limpa as costas das suas mãos no seu sobretudo.

— Estou apenas feliz. — Ele disse ainda sorrindo.

— Sim, eu percebi isso. — Ela cruza os braços sob o peito. — Eu quero saber o porquê de você estar tão contente.

— Não é óbvio? — Ele perguntou e começou a caminhar. Lívia o segue. — O nosso plano está funcionando corretamente, isto é algo que deve ser comemorado.

— Não cante vitória antes da hora, Cauê. — Ela disse, ignorando o fato de que ela havia comemorado a noite e a madrugada inteira por causa daquele mesmo motivo. — Em uma corrida o vencedor não é aquele que fica em primeiro durante um longo curso da corrida, e sim aquele que passa a linha de chegada em primeiro.

— Você sempre foi tão estraga prazeres?

Cauê abre a porta do seu escritório para Lívia e ela passa por ela, logo em seguida Cauê faz o mesmo e fecha a porta.

— Eu não me autodenominaria de “estraga prazeres”, mas sim de realista. — Ela se senta em uma cadeira de frente para a mesa do escritório e de costas para a porta.

Cauê coloca um disco de vinil para tocar e depois vai até ela, ele oferece a sua mão para Lívia, a convidando para uma dança e depois de alguns segundos pensando se deveria ou não aceitar ela conecta a sua mão com a do vampiro.

Cauê sorri para ela e eles vão até o meio do escritório, eles se viram um para o outro e Cauê segura a cintura de Lívia firmemente e ao mesmo tempo gentilmente enquanto a sua mão direita segura a mão direita de Lívia. Lívia apoia a sua mão livre no ombro do vampiro e então eles começam a se mover para frente e para trás, para um lado e para o outro, rodopiando pelo espaço do nem tão grande escritório, seguindo o ritmo da música.

— Você dança muito bem. — Cauê comenta, o seu rosto a alguns centímetros do da bruxa.

— É isso que você chama de comemorar? — Lívia sorri de lado. — Dançar com estranhos?

— Você não é uma estranha para mim, você é minha aliada. — Segurando a mão direita da mulher, ele a gira no sentido horário até completar a volta. Enquanto isso, ele não para de dançar, seguindo normalmente os passos. Depois eles voltam para a posição inicial e se encaram enquanto movem os seus corpos. — Eu não vejo problemas em dançar com uma aliada para comemorar uma vitória.

A Sereia - JotakaseWhere stories live. Discover now