A Sereia - Jotakase

✧❦Cap 54❦✧

P.o.v Lívia

Assim que o João saiu da cafeteria eu pedi mais um café e olhei em volta, a garçonete trouxe o meu café e eu lhe dei um sorriso de agradecimento depois de lhe entregar o dinheiro. Eu peguei o meu celular após tomar um gole do café e enviei uma mensagem para a outra pessoa que eu estava esperando, lhe dizendo que eu já havia chegado e lhe perguntando onde ele estava. Ele respondeu que chegaria dez minutos atrasado, pois teve um contratempo. Eu desliguei o celular e o coloquei novamente no bolso, eu peguei a minha bolsa e a abri, tirando de lá um livro, eu fechei a bolsa novamente, segurei o café com uma mão e abri o livro com a outra, o colocando na frente e começando a lê-lo. Alguns minutos depois eu vi alguém sentar na minha frente, porém o livro tapava a minha visão. Eu olhei por cima do livro, enquanto tomava o meu café e o vi, uma peça essencial para o meu jogo.

— Está atrasado. - Falei olhando para o vampiro a minha frente, enquanto fechava o livro e o colocava em cima da mesa.

Cauê - Como eu disse, tive um contratempo. - Falou enquanto acenava para a garçonete.

— Sou Lívia. - Estendi a minha mão por cima da mesa, e ele a apertou.

Cauê - Cauê. - Falou sem muita formalidade.

— Eu sou--

Cauê - Uma bruxa. - Ele me interrompeu.

— Você é esperto, eu gosto disso. - Pisquei os olhos que ficaram roxos, depois pisquei novamente e eles voltaram para o castanho escuro.

A garçonete veio até nós, e Cauê pediu um capuccino, que a garçonete trouxe poucos minutos depois.

Cauê - Eu ainda não entendo porque você me chamou aqui.

— Eu soube que o seu povo teve alguns problemas com semi-deuses. - Falei, procurando por confirmação na minha afirmação.

Cauê - Sim, décadas atrás. - Falou.

— E agora vocês voltaram a ter? - Indaguei.

Cauê - Não muitos, apenas com um semi-deus em particular. - Falou, preso em pensamentos.

— Quem seria? - Indaguei, curiosa.

Cauê - Por que você está interessada nisso? - Perguntou desconfiado.

— Eu também tive problemas com semi-deuses recentemente, eu gostaria de saber se é o mesmo semi-deus. - Menti, esperando que ele respondesse a minha pergunta.

Cauê - O nome dele é João Victor, porém nós somos rivais a séculos. - Falou e ele me encarou com um olhar cauteloso ao perceber que eu não fiquei surpresa.

— O filho de Hades. - Murmurei. - Não. O semi-deus, semi-deusa com quem eu tenho tido problemas se chama Mara Luiza.

Cauê - Eu ouvi rumores de que ela e ele tiveram alguns problemas de relacionamento. - Falou e eu não pude deixar de me perguntar qual era o tipo de relacionamento.

— Sim. - Concordei, mesmo não sabendo do que ele estava falando.

Cauê - Eu realmente não posso ajudar. - Ele levantou da cadeira, fazendo menção de ir embora.

— Mas eu posso. - Falei rapidamente, porém com a voz firme.

Cauê - O que? - Ele perguntou confuso.

— Eu quero ajudar. - Falei.

Cauê - Por quê? - Ele me encarou, procurando por algo na minha expressão que eu não consegui indentificar o que era.

— Eu não quero que mais ninguém tenha problemas com semi-deuses, eu sei o quão desagradáveis eles são. - Falei, o encarando de volta e fazendo uma careta.

“E como vocês são muito piores que os semi-deuses nos termos 'desagradável' e 'nojento'. - Acrescentei mentalmente.”

Cauê - Sim, eu também. - Concordou. - Porém não sou só eu quem decido isso, você terá que convencer outros como eu. - Falou e eu resisti ao impulso de revirar os olhos. - Eu posso tentar marcar uma reunião. - Sugeriu.

— Tudo bem, obrigada. - Sorri sem mostrar os dentes.

Cauê - Não me agradeça ainda. - Pegou o café e saiu da cafeteria.

Eu revirei os olhos, guardei o livro novamente na bolsa, logo em seguida fechei o zíper. Eu levantei da cadeira, peguei a minha bolsa e o café - ou o que resta dele - e saí da cafeteira “A conversa com aquele sangue-suga não foi tão ruim quanto eu esperava que seria - Pensei.”. Eu pensei em João e disse a mim mesma que ele podia até não gostar de mim, porém eu não iria recuar e deixar de tentar.