A Sereia - Jotakase

✧❦Cap 48❦✧

— Sinceramente? Eu acho que vocês nunca irão evoluir.

Jv - Por quê? Eu sou tão boa companhia. - Falou com um sorriso sarcástico.

— Claro que sim. - Devolvi o sorriso sarcástico, e João revirou os olhos. - Sério, cara, eu tenho um pressentimento de que esse ódio de vocês não vai durar por muito tempo. Vocês podem se odiar agora, mas saiba que o tempo voa e as coisas mudam.

Jv - O que você está insinuando? - Indagou bruscamente.

— Nada. - Levantei as mãos para o alto em forma de rendição, e subi alguns degraus da escada, parando na metade da escada. - Você sabe, todo ódio no fundo é amor. - Pisquei para ele e voltei a subir as escadas rapidamente, mas ainda consegui escutar um “idiota” vindo do João.

P.o.v Moon

Cherry - Mara Luisa Pinon Paes, você está negando que todo ódio no fundo é amor bem na minha frente? Na minha frente?

— Sim, eu estou, e continuarei negando até te provar que você está errada.

Cherry - Eu não consigo acreditar nisso, eu vou cortar o seu cabelo de madrugada! - Ameaçou.

— Não se atreva, Cereja!

Cherry - Você está me desafiando? - Arqueou uma sombrancelha e cruzou os braços na frente do peito.

— Não se atreva. - Falei com o queixo cerrado.

Cherry - Tudo bem, sem brigas. Mas eu tenho a sensação de que você não sente totalmente ódio por ele.

— Sandra, você sabe muito bem que eu não sinto absolutamente nada por ele, agora me deixa ter um momento de sossego! - Sentei no sofá.

Cherry - Tudo bem, eu vou fazer um chá para nós duas e nós podemos conversar sobre outra coisa, por exemplo essa sua viagem para outro mundo. - Disse e eu gemi, jogando a cabeça para trás frustrada. - Não faça essa cara, você vai me contar tudo.

— Que cara? Eu não estou fazendo cara nenhuma.

Cherry - Sim, você está fazendo uma maldita cara feia, e eu não gosto quando você olha para mim com essa cara. - Foi para a cozinha.

“A Cherry é tão sem noção, por que ela insiste tanto que o ódio no fundo é amor? A única coisa que eu sinto pelo João é ódio e nojo, e onde há ódio o amor não entra, droga!”

Cherry - O amor e o ódio andam lado a lado… - Cantarolou.

— Cala a boca. - Resmunguei e alguns minutos depois elas voltou com duas xícaras de chá de camomila, ela me entregou uma das xícaras e sentou ao meu lado do sofá, ela tomou um gole do chá e eu fiz o mesmo, logo em seguida em se pronunciou.

Cherry - Tudo bem, pode começar a falar tudo o que aconteceu nesse “outro mundo”.

— Primeiramente, eu não me lembro de ter mencionado um “outro mundo” antes e segundo, a viagem não foi nada legal, só me trouxe problemas. - Tomei outro gole do chá.

Cherry - Você não precisava mencionar nada, eu senti quando o portal se abriu. Agora me conta que tipo de problemas você enfrentou nesse outro mundo.

— Quando eu e a Malena atravessamos o portal no espelho era á noite, então nós percebemos que estávamos em uma floresta, nós começamos a caminhar para tentar encontrar a saída da floresta e… - Comecei a contar tudo para Cherry, deste quando nós atravessamos o portal e até quando eu saí de lá com a ajuda do João do outro mundo.

Cherry - Ele te ajudou!

— Sim, e daí?

Cherry - Você continua desacordado que ódio no fundo é amor depois disso? - Falou com uma expressão incrédulo.

— Ele não me conhecia, Cherry. Ele nem sequer sabia quem diabos era eu! - Falei e Cherry fez um barulho de concordância.

Cherry - Mas eles eram a mesma pessoa, e você sabe disso, Mara.

— E o que você quer que eu diga? Que eu gosto dele? Droga! Eu não gosto dele, Cherry! - Falei nervosa. - Eu o odeio e nada e nem ninguém pode mudar isso, Cherry.

Cherry - Tudo bem, quem sou eu para me meter na sua vida, não é mesmo? - Tomou mais um gole do seu chá. - Olha, eu apenas queria que você dissesse que todo ódio no fundo--

— Dane-se! - Exclamei, acidentalmente jogando a xícara com o chá para o lado, o jogando em uma parede. - Oh, Zeus! - Falei frustrada.

Cherry - Calma. Sem pânico. Diga as palavrinhas mágicas.

— Por favor…? - Indaguei incerta e ela fez um barulho de desaprovação.

Cherry - Resposta errada. Eu quero as palavras mágicas certas. - Sorriu travessa.

— Todo ódio no fundo é amor. - Falei com os dentes cerrados e ela estalou os dedos, fazendo o chá desaparecer do chão e da parede, sobrando apenas a xícara vazio, eu bufei e afundei no encosto do sofá.

Cherry - De nada.