✧❦Cap 50❦✧

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(30 minutos depois)

Eu entrei no hospital e fui até a recepção, e a recepcionista olhou para mim com a expressão cansada e um falso sorriso gentil no rosto.

Recepcionista - Bom dia senhor, no que posso ajudá-lo?

— Eu gostaria de saber sobre um cara que sofreu um acidente de carro, o nome dele é Felipe Zaghetti.

Recepcionista - Ele acabou de acordar de um coma, você gostaria de vê-lo?

— Sim, em qual quarto ele está?

Recepcionista - Ele está no 53.°.

— Obrigado. - Sorrio agradecido.

Eu caminhei até o quarto de número 53 e parei em frente a grande janela, eu observei o homem na cama de hospital e abri a porta lentamente, Felipe me encarou com uma sombrancelha levantada e eu me aproximei da cama de hospital. Eu olhei para o seu cabelo cacheado e depois olhei o par de olhos castanhos, que agora me encaravam hesitantes.

— Oi...

Felps - Quem é você?

— E-Eu sou Rafael. Me desculpe, eu não deveria ter vindo. - Falei apreensivo.

Felps - Não, está tudo bem, apenas me diga o que você deseja. - Coçou a nuca.

— Eu sou... O cara que bateu em você.

Felps - Oh!

— Eu só... Eu acabei perdendo o controle. E eu só queria dizer que eu sinto muito, e que bom que você está bem, não é? E eu fico feliz que a sua vida vai voltar ao normal.

Felps - Tudo bem. - Murmurou e eu tive que me aproximar para poder escutar. - Está tudo bem, você não precisa se preocupar. - Falou novamente, agora com a voz firme. - Eu estou bem, isso é o mais importante, certo?

— Sim. Você gostaria que eu fosse embora?

Felps - Sim, obrigado. - Falou. - Eu ainda estou um pouco confuso sobre o acidente, e além disso eu não gostaria de tomar o seu tempo.

— Não se preocupe quanto a isso, eu te garanto que você não está tomando o meu tempo.

Felps - Hm, sim, mas ainda assim eu não gostaria de te incomodar. Não me entenda mal, eu não estou te expulsando, eu apenas não quero te atrapalhar.

— Não, claro, eu entendo. E como você mesmo disse Felipe, você ainda está um pouco confuso e eu sou apenas um estranho, eu não estou ajudando em nada. Bom, eu agora vou... Eu vou deixar você em paz. Se cuida. - Falei agora saindo do quarto com as mãos no bolso da calça jeans.

P.o.v Jv 

Eu abri o envelope, e notei uma carta junto a uma caixinha de veludo. Eu peguei a carta e comecei a ler.

“Olá, João. Você deve achar estranho eu te mandar uma carta, em vez de uma mensagem ou um telefonema, mas eu prefiro assim. Eu queria apenas dizer que nós nos encontraremos muito em breve, pois eu estou de volta.”

Jv - “Eu estou de volta?”, eu nunca a vi na minha vida exceto por algumas semanas atrás!

“Será que o Rafael tinha razão e ela realmente me conhece? Mas isso não é possível, eu não lembro de tê-la visto em nenhum momento antes na minha vida.”

Eu peguei a caixinha de veludo e vi um colar cuja corrente era de prata e o pingente era um Quartzo Negro, uma pedra utilizada para proteção, cura do corpo físico e harmonização do nosso corpo energético. Eu segurei o colar com uma das minhas mãos e o observei, logo em seguida o coloquei no pescoço.

Eu fui até o meu escritório e sentei na cadeira da minha mesa, eu peguei uma garrafa de whisky que estava em cima da mesa e coloquei um pouco da bebida no meu copo, eu bebi o whisky enquanto encarava o fogo da lareira, e meia hora depois eu escutei duas batidas na porta e Cellbit entrou com as mãos no bolso.

— Então, como foi? - Indaguei.

Cellbit - Foi melhor do que eu pensei. - Encolheu os ombros e sentou na cadeira na frente da minha.

— Como está o cara? - Levei o copo até a boca, e fiz uma careta ao perceber que o copo estava vazio.

Cellbit - Ele está bem, provavelmente em alguns dias ele ganhará alta.

— Você deveria ver o cara novamente. - Sugeri.

Cellbit - Eu nem conheço o cara, João.

— Por isso, vá conhecê-lo.

Cellbit - Eu não acho que o cara está afim de me conhecer.

— Você não saberá se não tentar se aproximar. - Aconselhei.

Cellbit - Por que você insiste tanto nisso? - Indagou.

— Eu acho que ele pode te fazer bem, você sabe, conhecer pessoas novas, fazer mais amigos, não acabar sendo como eu que tenho tantos inimigos que mal há espaço para os amigos…

Cellbit - Não diga isso, João.

— Você sabe que eu estou certo. - Falei com a expressão séria.

Cellbit - Cara, eu tenho amigos, a propósito.

— Eu não estou dizendo que você não tem amigos, eu apenas estou dizendo que você deveria conhecer gente nova. - Coloquei o copo na mesa.

Cellbit - Você não é o meu pai, Jv.

— Com certeza eu estou bem longe disso, garoto rebelde. - Lhe dei uma piscadela com um sorriso puxando o canto dos meus lábios, colocando mais whisky no copo e oferecendo um pouco da bebida ao Cellbit.

Cellbit - Não, obrigado. - Falou e então notou o colar no meu pescoço. - O que é isso no seu pescoço?

— Um presente. - Dei de ombros. - É um amuleto de proteção.

Cellbit - Lívia te deu? - Indagou com a expressão rabugenta.

— Por que você acha que teria sido outra pessoa?

Cellbit - Por nada. - Caminhou até a porta, mas parou com a mão na maçaneta. - Você sabe, Mara pode ficar com ciúmes. - Falou e abriu a porta rapidamente, saindo logo em seguida do meu escritório.

— Idiota. - Falei e tomei um gole do meu whisky.

A Sereia - JotakaseWhere stories live. Discover now