Grand Line, Batalha de capitães! (Jogos Piráticos)

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Se não fosse por suas grossas paredes, não seria difícil para os moradores e demais turistas da ilha de Woo Pululu ouvirem os assobios alegres e melódicos que ressoavam pelos longos corredores da prefeitura, também conhecida como Memorial Municipal de Maximus Elephas. Ao contrário das demais construções, que não tinham ordem normalmente, o palacete era de aparência vistosa e imponente, com colunas suntuosas adornando a fachada e, grandioso na frente, a estátua do fundador da cidade sorrindo generoso alguns metros da entrada; Maximus Elephas, o elefante pioneiro que junto de seu circo itinerante trouxe boas mercadorias e vasto conhecimento dos Blues quando tudo pela Grand Line ainda era mato, hoje descansava tranquilo à sete palmos depois de criar seus filhos e netos para se tornarem experientes no ramo das batalhas de piratas, e se poderiam se considerar uma ilha de elite entre os mais diversos reinos de Paradise, era por sua causa.

Não havia pobreza, os cidadãos viviam em paz e, mesmo após décadas de convívio com as mais diversas discussões de forasteiros, graças ao sábio elefante, o dinheiro continuava entrando em seus cofres: bastou-lhe apenas uma ideia de momento, notando a necessidade de prender turistas por mais de um só dia — o magnetismo da ilha permitia que os log poses se ajustassem em exatas duas horas e quarenta e sete minutos, um tempo bastante ínfimo para vender suas roupas de palhaço e alugar hospedarias — e, puft, a pólvora das Davy Back Fights havia começado em sua ilha e, na parede da suíte principal, havia algumas dezenas de fotos de bandos piratas que brigaram e se misturaram; todos com roupas novas e alguns milhares de bélis mais pobres.

Isto posto, o cantarolar não era para menos, afinal, por mais que Baru tivesse dinheiro o bastante para fazê-lo saltitar por aí durante todos os dias de sua vida, nesse dia, em especial, não poderia se dizer mais contente do que estava: além de uma apresentação de sucesso realizada pela manhã junto de seus amados irmãos, logo poderia finalmente pendurar mais uma fotografia no gigantesco mural — e, diga-se de passagem, aquela certamente era uma das melhores que tinha.

As fotos de sua parede eram todas assim: cheias de rostos que nunca reviu, mas cada uma contendo uma porção de memórias inesquecíveis e, sobretudo, cofrinhos cheios de ouro e outras joias. As Davy Back Fights o acompanhavam desde que era apenas um pequeno elefante e desde lá seu avô o ensinara a tirar o máximo que poderia dos bons e velhos marujos. No entanto, de todas as batalhas que concluiu em sua vida, aquela estava sendo de longe a mais lucrativa: os visitantes não apenas se alimentaram como reis, mas compraram mais roupas que a maioria das demais tripulações (não poderia imaginar que tiraria a sorte grande de encontrar piratas circenses em meio a imensidão do mar) e, certamente, ainda abasteceriam suas dispensas antes de deixar a ilha e retornar para a Grand Line. Radiante, limpou o pouco de poeira que juntava nos quadros ao lado, sorrindo orgulhoso do próprio trabalho. Tantas batalhas magníficas...

— Fa-fa-fom, como somos sortudos! — riu consigo mesmo, colocando a mãos sobre a barriga e, puxando o monóculo de seu bolso direito, colocou-o sobre um dos olhos, observando atentamente sua própria imagem em uma das fotos de alguns meses atrás. Como aquele garoto ousou chamá-lo de gordo? Estava infinitamente mais esbelto agora!

— Aqui está, chefinho! — Artúlio adentrou a sala, a postura se endireitando e o sorriso se abrindo tímido ao ver o elefante se virar para vê-lo. De prontidão, Baru notou que o fotógrafo parecia mais nervoso que o habitual.

— Obrigado — disse, tomando a fotografia das mãos da zebra.

Artúlio direcionou-se à saída, apressado.

— Aqueles piratas exigiram muito de você? — perguntou Baru. O fotógrafo então parou de andar em um pulo, mas não virou-se para trás. — Está suado, deve ter tirado muitas fotos — completou o elefante.

Prisão de GatoWhere stories live. Discover now