East Blue, Mt.Colubo (Dawn Island)

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As roupas olhavam para Belka e ela as olhava de volta, tentando compreender o grau da catástrofe que se dera na infância de Bertruska para justificar tamanho mal gosto

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As roupas olhavam para Belka e ela as olhava de volta, tentando compreender o grau da catástrofe que se dera na infância de Bertruska para justificar tamanho mal gosto. Uma pessoa em sã consciência não seria capaz daquilo — e, na verdade, nem um completo insano teria um "tato" tão ruim. Dentro dos pacotes, estavam os conjuntos mais estranhos que já vira em toda sua vida. Nenhuma das peças fazia sentido e sequer combinavam entre si; eram largas, quase sempre sem corte e algumas vinham até rasgadas de fábrica, uma porquice! De acessórios, haviam correntes e mais correntes. Espinhos para todos os lados. Estampas que não tinham a menor propósito senão serem horrorosas. E, céus, como havia metal naquilo tudo! Não queria nem saber o preço, ou ficaria mais chateada do que já estava. O rabo foi ao chão, encolhido em puro terror. As patinhas falharam em manter o corpo resto.

Se precisasse ser sincera naquele momento, cairia no chão antes de completar as palavras "moda presidiária". Era um verdadeiro desastre!

— Belka. Belka! — uma voz masculina ecoou ao fundo, levemente alterada pelo consumo de álcool — Está me ouvindo, Belka?

— Desista, Flint. Está bêbada. Agora só amanhã. — alerta a ex-marinheira, tomando um gole de vodka direto da garrafa. — Gritar demais só vai acordar Poyo — termina apontando para a menininha, já dormindo feito pedra no chão (sem cobertores ou colchonete, apenas com a cabeça apoiada sobre a mochila de suprimentos).

No entanto, Flint não se contentou com a resposta e resolveu atestar a sobriedade (ou não sobriedade) da gata por conta — ainda é cedo! Não é possível que tenha bebido todo esse tanto. Caminhou devagar, observando seu olhar perdido para a parede. Parecia (quase) normal. Ressabiado, colocou a mão direita em seu ombro, tentando despertá-la do transe, mas não teve jeito: assim que a tocou, Belka desabou em seus braços, adormecida.

"Filha da puta", o cozinheiro murmurou.

E, como sempre, sobrava a ele a dura tarefa de levá-la para cama e limpar toda aquela sujeira. Se dava mais um corriqueiro fim d'uma noite de diversão.

— Vamos finalizar por hoje — Flint adverte, erguendo a bichana em seus braços e a depositando no sofá para que pudesse descansar — Vão dormir, vocês dois. Eu cuido da vigília.

— Você já não dormiu na noite anterior... Tem certeza de que aguenta mais uma? — pergunta Bertruska, mais por educação, porque nem esperou uma resposta e já foi se aconchegando no próprio corpo em um canto, sentada com os joelhos no peito e envolta por uma fina coberta, aproveitando o cansaço que a embriaguez causava em seu corpo. Flint chacoalhou sua cabeça em reprovação e suspirou; "Se não ligava para a resposta, por que perguntar?!".

— Você também, médico. Arranje um canto e faça-o seu, amanhã o dia será longo — enquanto dizia, o cozinheiro já iniciava suas acrobacias para desviar do corpo estirado de sua capitã, afim de chegar até a mesa para iniciar a limpeza do barco. Enfim, tomou as garrafas de álcool com uma delicadeza que não lhe cabia, tentando seu máximo para não fazê-las tilintar.
— Já dormi o suficiente durante o dia, fiquei muitas horas apagado à beira mar — Morgan riu nasalado, internamente caçoando do jeito ridículo do outro homem — Além disso, não tenho costume de dormir por essas horas, a noite me convém. Vou aproveitar esse tempo para elaborar um mapa da cidade, assim poderemos pensar em uma forma mais segura de invadir minha antiga casa.

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