Capítulo XIII

3.1K 258 131
                                    

— Vai ser super estranho — disse Rosamaria.

— Com certeza, vai — concordou Carol.

Gabi estalou a língua. — Vocês estão viajando, sério!

— Tu fala assim porque namora ela — a catarinense começou — Eu e Carolana somos seres humanos comuns que não estão acostumados com gente rica, tá.

Carolana balançou a cabeça, concordando. — E eu nunca fui na casa da Sheilla. Não sei nem onde é isso.

— Vocês são é dramáticas demais. A Sheilla é super de boa — Gabi falou — Ela vai tratar vocês como gente, como se tivesse dentro do hospital, relaxem.

Rosamaria amassou o papel que segurava em suas mãos e arremessou na morena, que estava em pé. Carolana se contentou em xinga-la.

As três continuaram se implicando até poderem, efetivamente, começar a se arrumar para ir embora. Estava sendo um dia bem devagar no hospital.

Depois do surto de gripe no começo do mês, as coisas voltaram ao normal, então os funcionários podiam respirar  entre uma cirurgia e outra. No caso das meninas, já era o fim do expediente de sábado e elas conversavam sobre o pré aniversário de Camila Brait, que aconteceria em algumas horas.

— Aí, mas eu tô' ansiosa pra hoje, viu — declarou Gabriela, depois de algum tempo.

— Por que, amiga? — perguntou Carolana.

— Porque é o primeiro "evento" que eu vou estar oficialmente com ela — respondeu, fazendo as aspas com as mãos.

— Ah, sim. Você vai ficar linda de primeira dama, Gabi — Carol brincou, fazendo as outras rirem.

— Falando em oficialmente, Anne tá' na tua casa, Carolana? – Rosa perguntou. Carol assentiu — Ela vai?

— Vai, sim. A gente passa na sua casa pra você ver suas coisas e depois vamos lá pra casa, pode ser?

— Tá' bom — disse, se levantando — Já podemos ir, gente.

Gabi e Carolana disseram "Graças a Deus" e "Aleluia" ao mesmo tempo, antes de começarem a trocar de roupa. Alguns minutos depois, elas estavam fora do hospital.

Como fora combinado, Carolana dirigiu até o apartamento de Rosamaria, para que ela pudesse pegar suas roupas e o que mais fosse precisar. Carol a observava enquanto ela arrumava tudo em uma bolsa.

— Então — Carolina começou a falar —, você sabe quem vai estar lá hoje, né?

— Quem? — A loira perguntou, mas entendeu assim que olhou para a amiga — Aí, pelo amor de Deus, Carolana!

— Não falei nada, só tô' dizendo, ué! — levantou as mãos, se rendendo.

— Bendita hora que eu abri minha boca pra você.

— A boca foi pra mim, mas as pern-

— Se tu terminar essa frase, eu mato você! — ameaçou Rosa, segurando uma escova de cabelo. Carolana gargalhou.

— Mulher, para de agir como se fosse um crime! Devia era estar orgulhosa, isso sim — a loira revirou os olhos.

— Vou ligar pra tua mulher que já já ela corta suas graças — disse Rosamaria, fechando a bolsa e pegando o par de tênis que estava no chão, ao lado da cama.

— Acabou? — Carolana perguntou e Rosa assentiu — Pegou a camisinha? Não queremos bebês loiros por aí... Aí!

Rosamaria bateu com os sapatos nas pernas de Carolana, fazendo com que ela se virasse para a porta do quarto, e foi golpeando a amiga repetidas vezes até que estivessem fora do apartamento.

The brain's heartOnde histórias criam vida. Descubra agora