— Me fala sério, agora: como você consegue?
— Como eu consigo o que?
— Tomar café nesse calor de sessenta e dois graus.
Rosamaria riu, fazendo o peito de Carol esquentar por completo ao ver os olhos verdes ficarem pequenininhos por causa do sorriso largo. — Do mesmo jeito que tu toma Coca-Cola todos os dias de manhã.
— Minha Coca pelo menos é gelada.
A catarinense estalou a língua.
— Ainda assim, é um soco no teu estômago.
Carol revirou os olhos e resmungou como uma criança, enquanto Rosamaria ficava na ponta dos pés para deixar um beijo em sua bochecha. A mais baixa já ia se afastando quando Gattaz passou os braços por sua cintura, prendendo-a em um abraço.
Rosa riu baixinho quando sentiu suas costas contra o peitoral de Carol e repousou suas mãos sobre as dela. Gattaz afastou algumas mechas de cabelo loiro que cobriam a curva do pescoço da namorada e deixou um beijo por ali, se divertindo quando percebeu que causou arrepios.
— O que a gente vai fazer hoje, hein?
A catarinense não respondeu de imediato.
— Hoje ou agora?
Caroline beijou o pescoço desnudo de Rosamaria mais uma vez.
— Hoje — reforçou, seguindo com outro beijo mais próximo à orelha da mais baixa. — Agora, eu sei o que a gente vai fazer.
***
Gattaz fechou os olhos e se concentrou em regular sua respiração ainda ofegante. Rosamaria, que estava deitada de lado e apoiando sua cabeça com o braço direito, admirou a cena e não pôde deixar de comentar.
— Já vai, senhora?
Carol abriu apenas um de seus olhos e olhou para a namorada, fazendo uma careta.
— Cê tem opiniões bem diferentes sobre a minha idade quando a gente começa e quando a gente termina, né, meu bem?
Rosamaria riu.
— Lógico — admitiu. — A gente nunca reclama do cavalo no meio da corrida. Depois é que a gente vê que dava pra ter ido mais rápido.
Carol abriu os dois olhos, dessa vez, e franziu as sobrancelhas. Sua boca se abriu em um "o", enquanto a réplica à piada ficou presa em sua garganta com tamanha a surpresa.
— Você realmente me chamou de cavala e disse eu fodo errado na mesma frase, Rosamaria? — disse, levantando o tronco e ficando sentada na cama.
Os lençóis só cobriam a parte de baixo de seu corpo, de modo que todo o resto fosse perfeitamente visível aos olhos de Rosamaria, que não puderam evitar de passear pelas costas desnudas de Carol.
— Não foi bem assim, perai — Rosa respondeu. — A parte do cavalo foi mais uma metáfora, o resto tu pode refletir no banho.
Gattaz alcançou um dos travesseiros que estavam jogados pela cama e atirou-o em Rosamaria, arrancando uma gargalhada.
— Vou fazer uma greve, cê vai ver só — disse, fingindo um drama.
— Aí, Carol — Rosa começou, puxando a mais velha pelo braço a fim de que ela deitasse novamente. — Todo mundo sabe que é mais fácil Jesus voltar na Terra do que tu fazer uma greve de sexo.
Carol bufou e, em seguida, olhou para Rosamaria com os olhos semicerrados e um canto de sua boca retorcido – sabia que a greve não tinha a menor possibilidade de acontecer. A catarinense apoiou-se sobre o peitoral de Gattaz, de maneira que seu braço esquerdo ficasse sobre sua cintura e o direito ao lado de sua cabeça. Seus cabelos caíram com a gravidade e formaram uma cortina, deixando Carol sem muita opção a não ser a de fechar os olhos para não ter de admitir a verdade em voz alta. Na verdade, estava determinada a ficar ali, de olhos fechados e braços cruzados, e esperar que Rosa saísse. Ao contrário, ela colocou sua perna esquerda entre as de Caroline, deixando apenas uma camada de roupa de cama entre seus corpos.
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The brain's heart
FanfictionCarol e Rosa se conhecem em um ambiente hospitalar, no qual nenhuma das duas está muito interessada em algo diferente de seus pacientes. Mas entre muitas diferenças, muitas discussões e muitos plantões juntas, elas descobrem que são exatamente como...