12 • INESPERADO III

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Sim, evito encarar aquela amaldiçoada, porque a melhor forma de não fazer merda, não pensar em merda e de me manter centrado como sempre fui, é a distância, mesmo que ela dificulte isso invadindo minha sala

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Sim, evito encarar aquela amaldiçoada, porque a melhor forma de não fazer merda, não pensar em merda e de me manter centrado como sempre fui, é a distância, mesmo que ela dificulte isso invadindo minha sala. Ainda vejo aquele rebolado infeliz quando ela está de saída e que porra! Respiro fundo e sento de volta na minha cadeira, encarando o símbolo da irresponsabilidade à minha frente.

—Como ela sabe seu... – ele pergunta surpreso, olhando na mesma direção em que ela saiu.

—Isso não vem ao caso!

—Claro que vem! Você guarda a sete chaves e detesta quem usa...

—Será que pode mudar de assunto?! – indago já impaciente e esfrego o rosto.

—Do seu nome ou dela? – ele pergunta sugestivo e o encaro.

—O que está insinuando, Benício?

—Qual é, Guerra! Eu vi como olhou para ela, assim como também a evitou. Ela mexe com você de alguma forma, mesmo que não seja boa, mas mexe. Tudo bem, eu não julgo nem um pouco, porque porra... que mulher é essa?!

—Será que dá para parar de falar merda?

—Já parei. – diz erguendo as mãos – Mas se você não pegar, eu pego! – fala sorridente.

—Longe da garota, Benício! Não é um pedido! – digo tensionando a mandíbula e ele ri mais.

—Então você se importa? – pergunta.

—Não me importo com caralho nenhum! Mas ela é uma cliente e fiz um acordo com a família dela. Então trate de se manter distante!

—Essa sua ordem cheia de ódio é só pelo acordo que fez ou tem algo mais...

—Tem! Uma vontade insana de quebrar o caralho da sua cara por sumir a semana inteira, abandonar seu setor e aparecer como se nada tivesse acontecido, falando um monte merdas para desviar atenção da sua postura irresponsável! 

—Eu tinha que me afastar, precisava de um tempo.

—Sem aviso prévio?

—Não enche, Guerra!

—Não enche um caralho, Benício! Passei a semana resolvendo as suas obrigações, inclusive ela! Porque a porra daquele contrato é de responsabilidade do financeiro! – digo já me exaltando e apontando na direção em que a outra amaldiçoada saiu a pouco.

—Estou aqui agora, vou resolver as demandas do setor. Já acabou?

—Não, eu NÃO ACABEI! – me exalto de vez e respiro fundo algumas vezes para tentar manter alguma civilidade, mas o caralho do Benício não ajuda! – Da próxima vez que for se enfiar em um prostíbulo, faz o favor de avisar, porque eu tenho uma pilha de currículos com profissionais qualificados que dariam a vida por um cargo como esse e que você pouco se importa!

SELENA FERRARIOnde as histórias ganham vida. Descobre agora