72 • ESPERANÇA?

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Estava tão consumida com tudo o que aconteceu e o sumiço completo do Murilo, que sequer lembrei da existência imunda daquele infeliz

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Estava tão consumida com tudo o que aconteceu e o sumiço completo do Murilo, que sequer lembrei da existência imunda daquele infeliz. Eu larguei todos os meus planos de impedir ele quando a situação apertou com o maluco do senhor Clegg e o maldito do Ballard e de lá para cá eu simplesmente anulei esse golpistazinho baixo dos meus pensamentos.

    Eu sabia que não podia ficar parada quando sabia exatamente o que ele havia feito – De novo – e como não poderia fazer nada em relação à situação do Murilo, ao menos contra aquele ordinário eu agiria. Mas, para isso, eu precisaria pedir a ajuda da única pessoa capaz e disposta a cooperar.

Respirei fundo e fui até a porta do quarto do meu irmão e sem pensar muito bati algumas vezes até ele abrir. Vi seu olhar mudar de surpreso para preocupado ao me encarar.

— Tudo bem?

    Perguntou me olhando com atenção e fiquei alguns segundos em silêncio apenas observando meu irmão.

— Será que eu posso pedir a sua ajuda para uma coisa?

    Perguntei de uma vez e por meio segundo cheguei a temer sua resposta, já que não tivemos um encontro muito amigável da última vez, mas ele apenas cedeu um meio sorriso e me deu passagem para entrar.

— Sempre.

    Respondeu e adentrei no seu quarto. Ele fechou a porta e virou de frente para mim.

— Do que precisa?

— Primeiro que me desculpe...

— Não. Nem começa. Sabe que não precisamos disso.

    Disse se aproximando e me abraçando. Devolvi o gesto, apertando ainda mais meu irmão contra mim.

— Eu responsabilizei você por algo que não teve culpa em um momento em que me ajudou muito... É só que é muita coisa pra lidar e estar no Brasil não fazia parte dos meus planos.

— Eu sei disso. Não tem que se desculpar. Está passando por um momento difícil. – falou ainda sem me largar e apoiei minha cabeça no seu ombro – Mesmo ainda acreditando que foi o melhor, me desculpe por tomar a decisão de trazê-la quando estava inconsciente. Sei que foi um baque.

— Eu já estou superando.

— Sério? – perguntou surpreso.

— É, aos poucos.

    Respondi e nos separamos, então ele me encarou por um segundo a mais.

— Você vai voltar, não é?

— Daqui dois dias. A passagem já está comprada.

— Não vou dizer nada.

    Falou, mas seu semblante entregava que ele queria dizer muita coisa e apenas ri levemente.

SELENA FERRARIOnde as histórias ganham vida. Descobre agora