42 • RENDIÇÃO

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Continuação – Anos atrás...

Piedmont – Turim – Norte da Itália

Piedmont – Turim – Norte da Itália

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— Eu preciso ir. – Romano disse tentando dar as costas para mim outra vez e agarrei seu braço.

— Por favor, não faça isso. – pedi – Você sabia o que ele estava fazendo?

— Eu realmente não posso me envolver nisso. Sinto muito. – disse com expressão sincera.

— Você também faz parte disso?

— Não! – afirmou de imediato. – Olha, quanto menos você souber, melhor. É isso o que eu faço. Então esquece ele e segue sua vida, é o melhor que pode fazer por si.

— Seguir a minha vida?! Ele levou todo o meu dinheiro e depois sumiu feito fumaça! – aleguei com tom irritado, falando entre os dentes e sua expressão caiu.

— Sinto muito, de verdade.

— Já viu isso acontecer antes, não é mesmo? – questionei e ele se manteve em silêncio – Qual o nome verdadeiro dele?

— Eu também não sei.

— Onde ele mora? De que família ele é? O que ele faz de verdade, além de aplicar golpes nas pessoas? Me diz qualquer coisa sobre ele, Romano! – me alterei e algumas pessoas nos encararam.

— Pode não acreditar, mas eu também não sei!

— Então me diz o que você sabe! Como conheceu ele?

— Tá, mas se acalma e não grita mais. – pediu e respirei fundo, tentando me controlar – Há alguns anos eu estava falido, minha loja ia fechar. Ele chegou e disse que precisava de um terno. Fiz um sob medida e no processo fomos conversando. Ele se ofereceu para quitar todas as dívidas da minha loja e em troca só queria três coisas.

— O quê?

— Que eu fizesse todos os favores que pedisse, que eu fosse seu amigo sem nenhum interesse e que não fizesse perguntas.

— E você aceitou essa proposta absurda de um estranho, assim, sem mais nem menos?

— Eu estava desesperado e ele me pareceu um homem bom.

— Sua percepção é meio falha...

— Ele não me disse o seu nome e pediu que eu não perguntasse nada sobre ele, sua família, seu trabalho ou qualquer coisa. Eu concordei.

— Que tipo de favores ele pede a você?

— Coisas pequenas, como fazer ternos quando precisa, ou ceder um dos meus quartos para dormir, usar a loja como esconderijo em algumas noites ou ajudar turistas que ele se apaixonou. – pontuou me encarando e revirei os olhos.

— Não vem com essa!

— Olha, eu não burro, sei que ele não é metido com coisa boa, mas ele não é um homem tão ruim.

SELENA FERRARIOnde as histórias ganham vida. Descobre agora