26 • REVELAÇÕES

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Já estava pronta e de saída do quarto do Téo

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Já estava pronta e de saída do quarto do Téo. Fui falar com meu amigo, que estava todo dramático nas mensagens, afirmando que eu o tinha abandonado e prometi que hoje seríamos apenas nós dois. Sem Johnny e sem Murilo. Apenas eu e a minha purpurina predileta.

Saí do hotel e eu sabia bem que não havia margem para desconfiança nas palavras do Murilo. E esse é o motivo do sorrisinho insistente que mantenho no rosto ao ver o tal soldado Davis parado em frente uma Mercedes que me entrega as chaves assim que me aproximo.

— Obrigada.

Agradeci e ele apenas assentiu, caminhando até o carro do outro lado da rua e saindo com outro homem. Entrei no "meu", ajustei o banco e os retrovisores nos meus ângulos e dei a partida.

*

Cheguei à Fusion e assim que subi, o senhor Charles fez questão de me recepcionar já na saída do elevador. Fomos para sua sala, onde estavam seu advogado e o um contador a postos para a reunião.

Após as devidas apresentações, conversei brevemente sobre como funcionaria a reunião de negociação e todos entenderam e concordaram. Foram poucos minutos até que os empresários brasileiros entrassem em contato por chamada de vídeo e comecei a mediar as negociações entre as duas partes, traduzindo o que era necessário.

O senhor Charles parece não ter ficado muito feliz com os valores pedidos, mas para se ter um grande negócio, necessita-se de um alto investimento, principalmente quando se trata de imóveis no Brasil, que são relativamente mais caros. Deixamos os acertos em stand-by e decidimos que marcaríamos outra reunião em breve, enquanto o senhor Charles pensava nas propostas.

Gastei ainda mais tempo na reunião com ele, o advogado e o contador, explicando que aqueles valores eram uma média esperada. Claro, sempre cabe negociação, mas ele não iria encontrar outro imóvel na estrutura e localização em que desejava por um valor abaixo daquilo.

A mesma resposta que deu para os empresários brasileiros, deu a mim, apenas um "preciso avaliar melhor". Concordei e permiti que tirasse todo o tempo que fosse necessário e, assim que tivesse uma resposta, me comunicasse.

Encerramos o assunto e saímos todos da sala, ainda conversando sobre o balanço da reunião.

— Finalmente! Esqueceu do nosso compromisso, papai? – perguntou beirando a irritação.

— Charlotte, estive ocupado durante a manhã. Desculpe, meu bem. – ele se retrata em tom contido, enquanto deixa um beijo breve na testa da filha.

— Como vai, Charlotte? – pergunto por educação, já que ela está literalmente na minha frente.

— Apressada! Casamento é uma loucura e eu preciso que o meu pai vá para a prova do terno! – respondeu, mas se dirigiu apenas ao pai.

— E eu vou, agora mesmo!

SELENA FERRARIOnde as histórias ganham vida. Descobre agora