29 • SURPRESAS

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Depois de passar a manhã afundado em relatórios, reuniões e receber a ligação que certamente tomaria a minha tarde com o compromisso, Allie saiu do escritório refazendo minha agenda e logo em seguida o Benício entrou

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Depois de passar a manhã afundado em relatórios, reuniões e receber a ligação que certamente tomaria a minha tarde com o compromisso, Allie saiu do escritório refazendo minha agenda e logo em seguida o Benício entrou.

— Ela ligou para você também? – perguntei.

— Ligou. Por acaso você sabe o que é tão urgente?

— Pensei que você soubesse. – falei estranhando.

— Parece que só vamos descobrir lá. É melhor nos apressarmos, porque ela não gosta de esperar.

— Tudo bem, vamos. Você vai comigo?

— Pra você me fazer passar séculos no trânsito das avenidas principais, porque não sabe ir pelas ruas?! Não mesmo!

— Quem disse para você que não sei? – perguntei pegando meu paletó.

— Todas as vezes que entrei em um carro com você foi assim. Sem contar que você não deixa eu ouvir minhas músicas no volume que eu quero.

— Se aquilo fossem músicas, eu deixaria. – respondi caminhando em direção ao meu elevador.

— É rap, Guerra. – falou antes que as portas fechassem e revirei os olhos.

Subi até em casa, peguei a chave do carro e desci para a garagem. Caminhei até a lamborghini e saí, deixando a equipe dos soldados avisados para cuidarem do prédio na minha ausência.

Estava prestes a pegar a principal, quando vi o corte de luz da ferrari que reconhecia bem ser a do Benício – ele me enlouqueceu até ceder a primeira peça que havia acabado de chegar da Ásia – entrando na rua ao lado e cortando caminho. Suspirei, balançando a cabeça negativamente e fui pela bendita rua também o alcançando, mas assim que tentei ultrapassar ele me fechou.

Fiz mais duas tentativas e ele tomou a rua, centralizando o carro. Ele não está fazendo o que eu estou pensando... está?! Era só o que me faltava! Fiquei atrás dele por algum tempo e na primeira rua que encontrei, dobrei a direita, deixando ele seguir o caminho dele e refazendo a minha rota. Benício às vezes esquece que eu dirijo desde que ele usava fraldas.

Acelerei na rua e calculei exatamente o ponto em que nos encontraríamos lá na frente. Sem nenhuma surpresa, acertei em cheio quando entrei na avenida e nossos carros ficaram lado a lado. Paramos na faixa de pedestres, olhei para ele pela janela, que estava batendo palmas por ter o acompanhado e apenas mostrei o dedo do meio. Ele riu e continuei esperando as pessoas passarem, já revirando os olhos quando ele fez o motor rugir. Quantos anos Benício tem?

Eu poderia julgar ou me perguntar a mesma coisa, já que quando as pessoas passaram pisei no acelerador e saímos pareados, dirigindo durante todo o percurso sempre com pouca diferença de distância. Seguimos nesse ritmo que o Benício estava levando bem a sério e pude ler alguns palavrões que saíram da sua boca quando o tranquei na curva final para chegar na entrada da casa da nossa mãe.

SELENA FERRARIOnde as histórias ganham vida. Descobre agora