36 • REAGIR

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Ela me olhava dos pés à cabeça sem disfarçar o semblante de nojo, quando na verdade eu tinha motivos de sobra para sentir aquilo

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Ela me olhava dos pés à cabeça sem disfarçar o semblante de nojo, quando na verdade eu tinha motivos de sobra para sentir aquilo.

— Que recepção mais calorosa. – respondi rindo levemente.

— Ainda não viu nada!

— Nem você! – rebati e ela riu.

— Está falando do seu namorado? Preparamos uma surpresa para ele lá em cima também, mas não se preocupe, logo ele chegará para fazer companhia a você.

— O que quer?

— Cuidado com o que pergunta...

— Não tenho medo da resposta.

— Deveria. Porque o que eu quero mesmo é meter uma bala no meio da sua testa e matar o mal pela raiz de uma vez! – afirmou deixando a raiva crescer a cada palavra que falava.

— Olha só que oportunidade maravilhosa está tendo! Vai, faz! – desafiei abrindo os braços e ela apertou os dentes – Precisa que eu te empreste a minha arma? – perguntei e ela revirou os olhos – O quê? Ah, é verdade... Sabe que eu quase esqueci que não pode fazer, porque segue ordens e não tem autorização para me matar. Que pena, não?! Isso significa que não importa o que quer, não passa de uma cadela subordinada!

— Vamos ver quanto tempo a sua coragem dura, vagabunda! Limpem ela e se resistir, atirem na bichinha ali atrás! – finalizou apontando para o Téo.

Puta! Infeliz! Desgraçada! – uma parte de como eu a chamava mentalmente, mas por fora mantinha o sarcasmo e um sorriso debochado para não pôr tudo a perder e voar no pescoço daquela maldita.

Um dos seus homens se aproximou e eu mesma entreguei a pistola que tinha em mãos, ele pegou a outra do coldre, cortou as alças do colete e o removeu do meu corpo. Ela manejou a cabeça e um deles puxou uma cadeira de aço dobrável que estava no canto do local e a montou no centro do espaço.

— Pra mim? Quanta gentileza! – afirmei enquanto caminhava e um dos seus capangas infelizes me empurrou pelas costas.

Fuzilei o desgraçado, mas não fiz o que queria. Respirei fundo e sentei na cadeira, ficando de frente para o Téo e já sentindo um dos malditos puxando meus braços e prendendo meus pulsos com uma abraçadeira. Nesse exato momento, o barulho de algumas botas tomaram conta do local mais uma vez e pude avistar o Murilo entrando também desequipado, contido por dois homens que estavam com os rostos sangrando e que o jogaram no chão a certa distância de mim.

Notei que suas mãos também estavam presas atrás do corpo e não deixei passar seu olhar de raiva e desafio ao encostar a cabeça na parede e encarar um dos homens que o trouxe.

— Dois coelhos em uma cajadada só! Que maravilha! – a puta afirmou contente – Desculpe, a má recepção para você, todos os nossos recursos foram destinados a sua companheira. – disse em tom debochado para ele que riu do mesmo modo.

SELENA FERRARIOnde as histórias ganham vida. Descobre agora