67 • DE VOLTA PARA CASA

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— Benício

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— Benício...

O chamei no tom mais brando que consegui, pois ele estava completamente em transe ou em choque, não dava para diferenciar.

— Não significa nada! – disse de imediato – Não significa nada... – repetiu e parecia dizer a si mesmo. – É só a droga do anel. Não tem corpo. Ele ainda pode estar vivo! – afirmou e me encarou.

— É.

Foi o que consegui dizer.

— Sei que não é um bom momento, mas agora tem um grande problema. – alertei e ele me olhou com atenção – O nome do seu irmão já está publicamente aliado ao que aconteceu e os filhos daquele maluco não vão deixar isso passar em branco. É bom começar a tomar medidas pessoais para você e para os seus pais.

— Eu vou fazer isso, mas esse não é o único agravante. – disse esfregando o rosto.

— O que mais pode acontecer?

— Não pode. Vai acontecer! – garantiu – Isso aqui vai virar o inferno em minutos, com jornalistas plantados a madrugada inteira na porta da empresa. A polícia vai me procurar para pedir esclarecimentos e tudo em relação a ele e a mim vai estar cercado de atenção. Isso piora pro meu lado em relação aos sociopatas filhos da Ballard.

— É melhor sair daqui. – falei e ele balançou a cabeça – Saia da cidade com seus pais. Quando a polícia o procurar, porque ela vai, diga que não tem conhecimento nenhum da vida particular do seu irmão, que não consegue confirmar se ele de fato estava lá e que não tem como explicar nada. Alegue que você e sua família estão em choque, pois souberam do ocorrido pela mídia, assim como todos.

Orientei e ele prestou atenção em cada detalhe.

— Faça uma declaração pública à imprensa, pode ser por escrito se preferir. Informe que você e sua família estão se resguardando nesse momento difícil, peça respeito à dor de vocês e privacidade nessa hora delicada. Reafirme que estão cooperando com tudo o que as autoridades precisam e que, apesar das condições, permanecem com os corações esperançosos.

— Que merda! – xingou suspirando e puxando os cabelos.

— Tem que fazer tudo nessa ordem. Não é um conselho amigo, é a orientação de um advogado. Você entendeu, Benício?

— Tá, eu entendi tudo. Isso é fácil de providenciar. – garantiu e assenti – Mas e vocês? É arriscado permanecerem aqui, tanto você e a sua irmã, quantos os outros. Os filhos dele têm acesso a recursos ilimitados de investigação, podem chegar aos nomes de vocês assim. – estalou os dedos – Sem contar que a imprensa pode ver você ou a sua irmã aqui no prédio... Sei lá, não dá pra duvidar de nada desses abutres!

— Os outros precisam se afastar, ficar em locais seguros. Quanto a mim e a Selena, não tem outra saída, vamos pra casa. Vou levar ela de volta pro Brasil. – informei e ele ficou levemente pensativo.

SELENA FERRARIOnde as histórias ganham vida. Descobre agora