22 • PRECAUÇÕES II

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—Quando você vai entender que esse seu tom de autoridade não funciona comigo? – pergunto erguendo o rosto e o encarando com firmeza, da mesma forma que está fazendo

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—Quando você vai entender que esse seu tom de autoridade não funciona comigo? – pergunto erguendo o rosto e o encarando com firmeza, da mesma forma que está fazendo.

—Não precisa funcionar, só fazer com que você fique aqui mais um tempo.

Responde tirando o paletó e tirando a gravata como se estivesse sem ar, com mais violência que o necessário, mas confesso que fiquei babando internamente na selvageria desse homem. É quase inevitável olhar para ele assim e não pensar nesse seu humor aplicado em outras... ocasiões.

—Por quê? – pergunto em seguida.

—Vai ver.

—Sério que vai ficar nessas respostas vagas? – pergunto e ele não responde – Tudo bem, eu já vou! – falo dando o primeiro passo em direção à porta.

—Se fizer isso, vou pegar você na frente da empresa inteira, arrastar de volta para a porra dessa sala e fazer com que fique aqui, nem que seja amarrada! Não me teste, Selena! – afirma impostando o tom em cada palavra e rio levemente.

—Murilo, não faça isso... não me desafie... – digo e nos encaramos por alguns segundos.

—Por que não? – pergunta caminhando na minha direção.

—Não é muito seguro. – respondo com ele parado bem à minha frente.

—Tudo com você envolve certo perigo.

Diz e traz sua mão para a ponta do meu rosto, esfregando levemente as pontas dos seus dedos no meu queixo. Não impeço seu toque, nem quero fazer isso, e apenas mantenho meu olhar fixo ao seu, nesses segundos em que essa sensação entre nós serve de comunicação, sem que uma palavra sequer seja dita, apenas nos fazendo sentir essa... ah, merda de vontade!

—Murilo, como soube no momento exato do acidente? – pergunto.

—Foram instalados dispositivos no carro, um deles era um comunicador de impacto, justamente porque temia isso. – responde e leva seus dedos para o meu pescoço.

—O outro é era um localizador, já que chegou em poucos minutos no local...

—Exatamente.

—Então você me cede um carro e instala um localizador? Isso não me parece ético. – falo tentando fingir que o seu toque leve, mas quente na minha pele não me afeta em nada.

—Isso é necessário, a partir do momento em que está na linha de fogo de uma confusão minha, então vamos torcer para que não tenha nada a esconder na sua rotina que um localizador atrapalhe. – diz e dou um leve sorriso.

—Ótimo, agora vou ser vigiada por você. – digo, ele assente e reviro os olhos – E o meu número, como me ligou de imediato?

—Esqueceu que tenho uma pasta sobre você, Selena?!

SELENA FERRARIOnde as histórias ganham vida. Descobre agora