57 • PROPOSTA

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— Que acordo?

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— Que acordo?

Ele perguntou em tom desconfiado, após me encarar por alguns segundos.

— Posso ajudá-lo a investigar a morte da sua filha. Tenho pessoas que invadem qualquer sistema, contatos do exército que podem ajudar e se conseguirmos provas concretas de que não foi um acidente e sim algo planejado, eu o ajudo a chegar até o culpado.

Propus e ele cruzou os braços, enquanto me analisava.

— Mesmo se o culpado for o seu antigo general? – questionou com uma sobrancelha erguida.

— Com certeza.

— E por quê faria isso? – perguntou de modo incisivo.

— Porque eu me importava com a sua filha. A morte dela me perturbou por todos esses anos e se houver a mínima possibilidade de que tenha sido, de fato, algo arquitetado e não uma falha, eu vou querer saber e o culpado vai pagar.

Justifiquei com sinceridade e ele cerrou o olhar para mim.

— Mas isso vai ser feito da forma certa. Você não vai chegar com uma bomba ameaçando milhares de pessoas! Vamos conseguir provas, derrubar o infeliz, manchar o nome e a imagem dele, e enfiar o desgraçado na prisão.

Dei as condições de execução e ele balançou a cabeça negativamente de forma imediata.

— Senhor Clegg, soldados não têm medo de morrer! – afirmei antes que ele pudesse tentar contra argumentar – São preparados para isso todos os dias, se matar o culpado, ele não irá pagar. O que acaba com um oficial é destruir a sua honra, envergonhar sua trajetória. Se quer fazê-lo sofrer, esse é o jeito certo!

Garanti e ele ficou pensativo, mas seu semblante entregava que não estava tão contente com o que ouvia de mim.

— Está oferecendo muito. O que quer em troca? – perguntou em tom desgostoso.

— Que não ameace mais ninguém próximo a mim, tire seus infiltrados da minha empresa e que faça as coisas do jeito que propus, a partir de agora. – respondi de forma direta e ele se manteve calado por alguns segundos.

— Se eu aceitar, tem minha palavra que não sofrerão mais ameaças, meu pessoal sai da sua empresa assim que conseguirmos provas, essa é a garantia de que vai me ajudar. E pra deixar claro, não acho que esse seu jeito funciona. – finalmente respondeu e suspirei impaciente.

— Demorou oito anos pra conseguir se aproximar de mim e vai precisar de mais uns vinte pra chegar perto de alguém como o Ballard, se permanecer da forma que estava fazendo. Ainda acha que é o mais eficaz?

Questionei e ele ergueu a cabeça, voltando a andar de um lado para o outro, inquieto e atormentado outra vez.

— Senhor Clegg, é só pensar um pouco. – Selena se manifestou e ele a olhou – Ele está oferecendo uma ajuda para que o senhor entenda de fato o que aconteceu com a sua filha. Ele pode facilitar o caminho, fazer as coisas do jeito certo, sem que o senhor, o seu pessoal e nem mais ninguém se prejudique no percurso. Isso, por si só, já vale a pena para alguém que luta sozinho há anos.

SELENA FERRARIOnde as histórias ganham vida. Descobre agora