56 • PONTO CRÍTICO

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Não posso dizer que estava sendo um dos melhores eventos

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Não posso dizer que estava sendo um dos melhores eventos. Era um tanto incômodo ter o Davis colado em mim a cada dois passos que dava, além de estar com o foco em tudo, exceto na empresa e na premiação e ainda tinha o caralho daquele vestido da Selena. Toda vez que a olhava, sentia mais raiva daquela merda!

Fora isso, tudo parecia estranhamente em ordem. Nenhum sinal de ataque, nenhuma ameaça, nada que alarmasse qualquer indício de que os filhos da puta tentariam alguma coisa. Nem mesmo o desgraçado da outra empresa conseguiu encostar na Selena, porque sim, o observei em boa parte do tempo e o filho da puta ainda foi audacioso o suficiente para me encarar algumas vezes.

A questão é que toda aquela tranquilidade estava me deixando mais preocupado do que aliviado, porque eu sabia que estavam aqui e que estavam me vigiando. Era uma oportunidade muito boa, que eles com certeza não iriam perder, principalmente porque sempre que conseguiram uma brecha, eles tentaram algo e dessa vez não seria diferente, eu estava ciente disso. Só não esperava que derrubassem toda a energia do evento para isso.

Assim que desci do palco, cumprimentei cada um dos empresários que vieram até mim, como faço todos os anos. Não havia chegado sequer na metade ainda, mas também não tive tempo de sequer estender a mão para o empresário mais próximo.

A música ambiente morreu de um segundo para o outro, ao mesmo tempo em que todos os refletores apagaram. Em um evento daquele tamanho, a energia simplesmente não cairia, alguém derrubou e eu já me preparei imediatamente para qualquer coisa que pudesse surgir ou acontecer, porque sabia que aquilo era a porra de um plano deles.

Senti alguém se aproximar demais ao meu lado e até tive o intuito de sacar a arma, mas o aviso do filho da puta foi certeiro.

Ele encostou algo que não identifiquei direito próximo a minha mão e olhei na sua direção, mesmo não enxergando porra nenhuma.

— É um detonador. Qualquer reação ou passo em falso e todo mundo nesse lugar vai virar pó por sua culpa! – afirmou e travei a mandíbula.

— O que inferno quer? – perguntei entre os dentes.

— Não tente avisar ninguém. Entregue o comunicador e venha comigo! – exigiu.

Murilo? – a voz já preocupada dela chamando por mim, foi a última coisa que ouvi,antes de arrancar o comunicador e entregar para ele, que não sei exatamente o que fez.

Senti o filho da puta agarrar meu antebraço e começar a andar. Me obriguei a segui-lo, contendo toda a vontade de arrebentar aquele desgraçado como a minha raiva, que crescia a cada segundo, pedia.

Não sabia se realmente tinha um explosivo no local e muito menos se havia de fato um detonador em mãos, mas não podia duvidar de nada que viesse desses infelizes e muito menos arriscar a vida de todos no lugar.

O segui por um caminho até extenso, tentando desviar das pessoas amontoadas ao redor. Entramos em um corredor e identifiquei ser um dos acessos aos camarins exclusivos. Ele continuou andando e foi até o camarim coletivo, onde estavam mais três filhos da puta, com certeza do mesmo bando dele, com algumas lanternas que iluminavam parcialmente o local.

SELENA FERRARIOnde as histórias ganham vida. Descobre agora