30 • DESCOBERTAS

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Depois de sair da casa do Murilo e chegar no hotel, Téo me arrastou para o seu quarto para me mostrar as compras que havia feito e o presente caro que havia ganhado do Johnny, uma bota branca de grife, própria para o inverno que estava chegando

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Depois de sair da casa do Murilo e chegar no hotel, Téo me arrastou para o seu quarto para me mostrar as compras que havia feito e o presente caro que havia ganhado do Johnny, uma bota branca de grife, própria para o inverno que estava chegando. Claro que ele tinha amado, mas estava surtando e me enlouquecendo junto para sairmos e comprarmos um presente a altura para ele entregar também.

Se eu tive alguma escolha? Nenhuma! Fomos às compras e ele optou por uma camisa lindíssima para presentear o Johnny. Aproveitamos que estávamos no shopping e depois de muito batermos perna, fomos almoçar. Conversamos, rimos e eu fui bombardeada de perguntas sobre o Murilo, porque o Téo não desiste quando o assunto é "deus da gostosura".

Após desviar de todos os seus questionamentos sobre os detalhes mais íntimos do corpo do homem que passei a noite explorando – e não era louca de contar sequer dez por cento de tudo o que fizemos para a purpurina não surtar – deixei o Téo no condomínio do Johnny, combinamos de sair a noite e voltei para o hotel.

Assim que cheguei no meu quarto, já tinha recebido um áudio dos dois, informando a boate que queriam ir, a localização e o horário. Ri do entusiasmo da mensagem e confirmei que iria, já que tinha amor à minha vida e aos meus ouvidos com aqueles dois maluquinhos gritando. Estava prestes a esquecer o celular e pensar em alguma forma de me distrair, mas o meu cérebro sabotador tinha que me fazer lembrar de ir na bendita foto.

Abri a imagem do passaporte com os dados do Divaio, quer dizer, os dados falsos dele e os analisei, era uma falsificação perfeita demais, procurei uma gafe a olho nu que fosse e não encontrei, mas certamente poderia me aprofundar mais. Peguei meu tablet e entrei no sistema do Saulo, que havia ficado aqui da última vez que usei. Lembrei mais ou menos os passos que me ensinou de busca e fui na fé, rezando para não fazer nada de errado, chamar a polícia ou a atenção do pirralho lá no Brasil, porque eu sei que dessa eu não escaparia e ele não me deixaria mais em paz.

Pesquisei utilizando todos os dados que tinha no passaporte e depois de algumas tentativas falhas, finalmente encontrei uma identidade para Peter Dillon e, apesar de não conseguir ter acesso à foto, porque estava criptografada, e eu não sabia passar por essa barreira, – nem pediria para o Saulo – uma certeza eu tinha: andava bem distante de ser o Divaio.

O histórico da pessoa mostrava que nasceu aqui NY, tinha a mesma média de idade do Divaio, estudou em escolas não muito boas, trabalhou como atendente em lojas de conveniência, garçom, caixa de uma lanchonete e também era fundador de um projeto social que ajudava uma comunidade mais carente da periferia em que ele também morava. Dei um google no projeto e vi algumas poucas imagens de divulgação, páginas de redes sociais com publicações antigas e um número de contato. Tentei ligar, mas deu erro em todas as vezes, aquele telefone já não existia mais.

Eu poderia apenas esquecer isso? Claro que não! E já estava trocando de roupa. Coloquei um jeans claro, uma blusa branca com mangas longas e gola alta, tênis também branco e um sobretudo creme. Peguei minha bolsa e saí do hotel, ativando o GPS do carro para não me perder, principalmente pela distância.

SELENA FERRARIOnde as histórias ganham vida. Descobre agora