Não precisa se explicar

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Infelizmente a notícia de eu ser irmã de Carter se espalhou depois da festa de forma absurda, mas não foi de todo ruim já que muita gente da minha sala veio conversar comigo. Tentei não levar pro pessoal o fato de só ter ficado interessante ao descobrirem meu parentesco com aquela coisa gigante, e segui sendo simpática e amigável.

Sarah fazia uma aula comigo, então não me sentia num completo mar de falsidade durante as aulas, era o suficiente pra mim. Saí da aula antes do almoço conversando com uma menina que estava sentada ao meu lado ficando extremamente feliz dela querer me passar todas suas anotações do semestre até então.

A agredeci saindo enfim da sala e me deparei com aquele garoto apoiado na parede, poderia estar errada, mas do jeito que ele me olhou, acho que estava me esperando. Charlie havia tido um comportamento realmente muito estranho após o treino de futebol no Sábado, o que me deixou bem confusa, mas não me importei tanto.

— Oi, Charlie — o cumprimentei com um sorriso seguindo meu caminho.

— Oi — ele se desencostou da parede para vir atrás de mim — tem um tempo? Queria conversar com você.

Assenti. Ele assentiu de volta e apontou com a cabeça para uma vão no corredor e fui com ele até lá.

— Refleti sobre meu comportamento sábado e decidi que você merecia uma explicação para isso.

— Foi estranho, confesso, mas não precisa explicar nada não.

— Mas eu quero — dei de ombros e me apoiei na parede prestando mais atenção.

— Ok.

— Eu sabia da sua existência e sabia que começaria a estudar aqui, mas quando Carter disse que tinha uma irmã mais nova, eu visualizei uma menina de dezessete anos com metade do seu tamanho e... sei lá, imaginei tudo menos você.

Ergui as sobrancelhas sorrindo.

— Ok…

— Eu sou realmente muito próximo do seu irmão e jamais teria ficado com você naquela festa se soubesse quem você era — ele coçou a cabeça nervoso — então isso — ele apontou nós dois — o que quer que tenha sido, não pode mais acontecer.

Ri levemente.

— Ok então — dei de ombros indo me desviar para ir embora.

— Por que está rindo? — ele segurou meu pulso, estava muito sério.

— Sinceramente achei que seria algo mais sério — ele ergueu as sobrancelhas confuso — mas assim, se quer usar o meu irmão de desculpa, fique à vontade, eu realmente não me importo.

— Calma, não estou usando ele de desculpa — ele desviou os olhos por um momento — só não quero te magoar.

Sorri tocando seu ombro.

— Charlie, já levei muito na cabeça por causa de garotos que sorriram pra mim da mesma forma que você sorriu naquela festa. Você é atraente, deu em cima de mim, eu fui na onda e foi bom, e se você não quer continuar, ok. Não vai me magoar por causa disso.

— Ótimo — ele assentiu.

— Não precisava desse momento aqui — apontei para nós dois repetindo seu gesto — mas obrigada pela consideração.

— Temos amigos em comum, não queria que ficasse um clima estranho.

— Fica tranquilo — sorri uma última vez soltando seu braço — vai almoçar?

— Na verdade não.

— Então até depois — me despedi continuando minha rota até aquelas batatas fritas incríveis de volta.

O melhor amigo do meu irmão Where stories live. Discover now